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Berlim comemora 10.316 dias sem o muro que dividiu a cidade

A cidade hoje comemora o marco de 10.316 dias sem o muro, o mesmo período exato em que a cidade ficou dividida

Muro de Berlim, em 1989: "Vinte e oito anos, 2 meses e 26 dias; este foi o tempo em que o muro dividiu a Alemanha" (Divulgação/Reuters)
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EFE

Publicado em 5 de fevereiro de 2018 às 18h25.

Berlim - Berlim comemora nesta segunda-feira 10.316 dias sem muro, o mesmo período exato em que a cidade ficou dividida e se transformou em símbolo mundial da Guerra Fria.

O aniversário foi lembrado por todos os partidos e pelo governo da Alemanha, que lembraram nas redes sociais e em diferentes comunicados a divisão da Europa e sua superação com a queda da cortina de ferro.

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"Vinte e oito anos, 2 meses e 26 dias; este foi o tempo em que o muro dividiu a Alemanha e exatamente hoje este mesmo tempo é história. O que nosso país conseguiu desde a queda deve ser comemorado e deve ajudar a enfrentar as forças que dividem a sociedade", enfatizou o ministro do Interior, Thomas de Maizière.

Atualmente, os resquícios do muro não são fáceis de serem encontrados na capital alemã e é necessário deslocar-se para lugares específicos como o centro comemorativo da Bernauerstrasse e a East Side Galerie, onde está pintada a famosa cena do beijo na boca dos líderes comunistas Leonid Brezhnev (URSS) e Erich Honecker (Alemanha Oriental).

A transformação da cidade, justo nas áreas em que o muro passava, foi tão profunda que é quase impossível adivinhar sua antiga configuração.

Uma exposição, que abrirá amanhã no centro comemorativo, tenta recuperar essas imagens perdidas e mostrar o contraste com a Berlim atual.

O mais claro deles está no emblemático Portão de Brandemburgo, que até 1989 esteve fechado pelo muro e se transformou em um símbolo da cidade unificada.

Talvez, a foto mais difundida do dia 9 de novembro de 1989, quando se abriu a fronteira, seja a que mostra os berlinenses comemorando de pé sobre o muro, com o Portão de Brandemburgo ao fundo.

O contraste é também claro na Potsdamerplatz e arredores, que hoje concentra os principais arranha-céus da cidade e que, à sombra do muro, era considerada praticamente terra de ninguém, na Berlim Ocidental.

O edifício do Reichstag, sede do atual parlamento, ficou durante anos junto ao muro, no lado oeste, enquanto o moderno edifício da Chancelaria foi construído onde também era considerado "terra de ninguém", um grande terreno junto ao muro.

Outro lugar emblemático da guerra fria é a ponte de Glieneke, que separa Berlim de Potsdam, no território da extinta República Democrática da Alemanha (DDR, na sigla em alemão), que foi cenário de troca de espiões - tantos fictícios como reais - e que passou a ser simplesmente parte de uma rodovia nacional.

A lista de lugares-chave na história do muro é longa e também inclui muitos que provavelmente não atraem tanta atenção em um primeiro momento, mas são sim significativos.

Muito perto da atual estação central de trens de Berlim e do hospital universitário da Charité, por exemplo, foi morto a tiros Günter Lifkin, em 24 de agosto de 1961, quando tentava fugir para Berlim Ocidental.

Lifkin foi a segunda vítima fatal do muro. Dois dias antes, Ida Siekmann morreu ao tentar escapar, pulando do terceiro andar de um edifício na rua Bernauerstrasse, quando as residências da zona fronteiriça ainda não tinham sido desocupadas.

A última vítima dos disparos dos guardas de fronteira foi Christ Gueffroy, um garçom de 20 anos que morreu em 6 de fevereiro de 1989, uma morte que completa amanhã 29 anos.

No lugar onde morreu Gueffroy, no bairro de Treptow e ao lado de um canal no qual ele tentou atravessar a nado para o lado ocidental quando foi atingido pelas balas, há um monumento em sua homenagem que é o único que lembra que o muro passava por ali.

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