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Bélgica exige retirar cartazes que vetam a entrada de judeus

Cartaz exposto em café permitia a entrada de cachorros mas barrava o acesso de judeus


	Cartazes fixados em café não permitiam a entrada de judeus no estabelecimento
 (REUTERS/Amir Cohen)

Cartazes fixados em café não permitiam a entrada de judeus no estabelecimento (REUTERS/Amir Cohen)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2014 às 16h13.

Bruxelas - As autoridades de Ans-Saint-Nicolas, na província de Liège, exigiram a retirada nesta quarta-feira de um cartaz exposto na janela de um café da cidade que dizia em turco: "Nesta loja os cachorros são autorizados, mas os judeus, jamais".

Também foi retirada a versão francesa do mesmo cartaz, exposta na mesma janela do local e com uma frase um pouco mais sutil: "A entrada é autorizada aos cachorros, mas de nenhuma maneira aos sionistas".

A Liga Belga Contra o Antissemitismo (LBCA) denunciou no Facebook que a mensagem "adaptou o texto dos cartazes distribuídos na Alemanha nazista: proibido aos cachorros e aos judeus".

A associação, que tomou conhecimento dos fatos através do aviso de uma pessoa que passava pela rua onde fica o café, considera esse tipo de comportamento "resultado da dinâmica que se observa na Turquia onde, sob o impulso do (primeiro-ministro turco Recep Tayyip) Erdogan se estabeleceu algo semelhante a um antissemitismo de Estado".

O presidente da LBCA, Joël Rubinfeld, considerou ainda que esse tipo de comentário é consequência de importar à Bélgica o conflito entre israelenses e palestinos e as tensões entre Israel e Turquia.

A LBCA indicou que tem intenção de apresentar uma denúncia nas próximas horas diante da promotoria de Liège por esses fatos, que representam uma violação da Lei de 1981 contra o racismo e a xenofobia.

O prefeito do município, Jacques Heleven, sublinhou que não está disposto a tolerar comentários de caráter racista e ordenou à polícia a retirada do cartaz, informou a agência local Belga.

As forças de segurança constataram que no café havia uma bandeira palestina, ao lado de outra israelense com uma cruz e parcialmente tapada por um lenço palestino.

A polícia iniciou um processo e o transmitiu à Procuradoria de Liège e à Polícia Judiciária Federal.

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