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Bancos da zona do euro aumentam depósitos no BCE

Frankfurt - As tensões nos mercados monetários da zona do euro levaram os bancos a agir com cautela e depositar centenas de bilhões de euros no Banco Central Europeu (BCE) em um movimento que, se for sustentado, pode dificultar a frágil recuperação econômica da região. Em um esforço para garantir acesso fácil a dinheiro, ontem […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Frankfurt - As tensões nos mercados monetários da zona do euro levaram os bancos a agir com cautela e depositar centenas de bilhões de euros no Banco Central Europeu (BCE) em um movimento que, se for sustentado, pode dificultar a frágil recuperação econômica da região. Em um esforço para garantir acesso fácil a dinheiro, ontem os bancos depositaram 305 bilhões de euros na linha de depósito overnight do BCE, que paga taxa de 0,25%, abaixo da taxa do mercado. Isso indica que os bancos estão evitando emprestar para outros bancos ou empresas e, em vez disso, estão optando por manter seus fundos em lugares mais seguros.

Segundo Lena Komileva, diretora para economia do G-7 na corretora Tullett Prebon, esse uso da linha overnight, que está perto de níveis recordes, mostra que "a injeção de liquidez dos bancos centrais não está resolvendo as preocupações do mercado com a solvência". "A liquidez não foi canalizada eficientemente através do sistema financeiro", disse. Atualmente o BCE e os 16 bancos centrais da zona do euro fornecem cerca de 843 bilhões de euros em fundos temporários para os bancos da região. Um número cada vez maior de instituições financeiras está tendo dificuldades para se financiar no mercado.

O estresse nos mercados monetários manteve as taxas interbancárias em euro - Euribor - altas. A taxa para três meses estava estável em 0,699% nesta manhã, o nível mais alto desde o começo de janeiro. No fim de março, a taxa estava em 0,634%. Taxas Euribor mais altas implicam em maior custo de financiamento para os bancos, o que eles podem repassar para seus clientes corporativos. A consequência seria um freio para a recuperação econômica da zona do euro, segundo economistas.

Os empréstimos para o setor privado da zona do euro têm sido fracos neste ano. Para companhias não financeiras, os empréstimos diminuíram à taxa anual de 2,4% em março. Nesse cenário, a economia da zona do euro teve expansão apenas modesta nos três primeiros meses deste ano, à taxa trimestral de 0,2%.

Os bancos centrais não vão tolerar o ressurgimento de uma crise de crédito, segundo analistas. Operadores do mercado monetário agora especulam que o BCE, junto com o Federal Reserve, vai aumentar seus esforços para fornecer aos bancos da zona do euro os dólares necessários, especialmente a longas maturidades. Em 10 de maio o BCE reativou linhas de swap com o Fed e retomou operações para fornecimento de liquidez em dólares a prazos de 7 e 84 dias. As informações são da Dow Jones.

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