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Banco da Holanda teme que inação política agrave crise climática

Em entrevista, diretor do banco central afirmou que falta de ação de líderes, agora, pode exigir medidas mais drásticas depois

Elderson: "Quanto mais cedo houver clareza, mais cedo a economia pode entrar neste período de transição" (Alexandros Maragos/Getty Images)
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EFE

Publicado em 14 de dezembro de 2019 às 12h09.

Madri, 14 dez (EFE) - O diretor executivo de supervisão do Banco da Holanda, Frank Elderson, teme que a inação política possa contribuir para que os efeitos das mudanças climáticas sejam mais graves e exijam decisões mais drásticas no futuro.

Em entrevista à Agência Efe, Elderson disse acreditar que a transição para uma economia sustentável também requer a definição de padrões para que não seja incluído como investimento verde o que na realidade não é.

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"Nosso medo, como um banco central, é que os políticos vão adiar suas decisões por muito tempo e agir muito tarde e, em seguida, as medidas terão de ser mais radicais e seus efeitos negativos serão piores", analisou.

Elderson argumentou que são necessárias políticas globais por parte dos governos e tratados internacionais e, neste contexto, os supervisores e os bancos centrais têm um mandato "muito claro" para agir porque a crise climática gera riscos financeiros.

Segundo ele, os bancos devem reduzir os riscos climáticos na mesma medida em que atuam para prevenir os outros riscos aos quais estão expostos, visto que a ação dos supervisores nesta tarefa é fundamental para o setor financeiro, porque os permite antecipar novos cenários de risco e abrir janelas de oportunidade.

O dirigente informou que o Acordo de Paris deve agora ser transferido para a legislação europeia e, em seguida, "haverá muitos fatos". A partir daí, os bancos e setores como os de seguros e fundos de investimento "têm de estar cientes de que haverá uma data limite (para a implementação de medidas legais) e que isso afetará os seus investimentos".

Para Elderson, também é necessário olhar para o outro lado da moeda, que são as oportunidades, porque as instituições financeiras terão a solução para muitos dos novos problemas dos investidores, o que se traduzirá em casos positivos de negócios.

O salto de uma economia "marrom" para uma economia verde não vai ocorrer abruptamente, pois "ninguém luta" para deixar de financiar a primeira, mas "quanto mais cedo houver clareza, mais cedo e mais gradualmente a economia pode entrar neste período de transição", argumentou.

De acordo com Elderson, é crucial sensibilizar os supervisores e os bancos centrais para o fato de que o caminho para a nova economia para combater a crise climática passa por considerar novos riscos e novas oportunidades, não só a curto prazo, mas também a longo prazo.

Elderson disse considerar urgente a conclusão da taxonomia (a definição de quais investimentos são verdes e quais não são) na qual a Comissão Europeia está trabalhando, e algumas "regras claras" para evitar um dos principais riscos desta transição para uma economia verde, chamada de "lavagem verde". EFE

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