Bachelet homenageia chilenas ilustres em ato com atriz trans
Bachelet também destacou que hoje é o seu último dia de atividades públicas como presidente, pois no próximo domingo entregará o cargo a Piñera
EFE
Publicado em 8 de março de 2018 às 17h29.
Santiago do Chile - A presidente do Chile , Michelle Bachelet, rendeu nesta quinta-feira homenagens a chilenas ilustres que lutaram pela dignificação da mulher no país, acompanhada da atriz transexual Daniela Vega, protagonista de "Uma Mulher Fantástica", que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro.
"Não posso deixar de render uma homenagem a esta mulher fantástica que nos enche de orgulho: Daniela Vega", disse a presidente durante o ato, realizado no município de Lo Prado, ao oeste de Santiago.
Bachelet também destacou que hoje é o seu último dia de atividades públicas como presidente, pois no próximo domingo entregará o cargo a Sebastián Piñera.
"É o último dia em que me dirijo a vocês no exercício do meu cargo, por isso quero agradecer, porque muitas vezes, nos momentos mais difíceis, sempre senti o apoio incondicional das mulheres da minha pátria", destacou.
"Nem tudo foi perfeito, há coisas que se podem melhorar, mas o apoio de vocês contribuiu para fazer as mudanças que o Chile precisava há muito tempo", acrescentou.
Acompanhada de suas ministras, mulheres sindicalistas, e dirigentes políticas, entre outras, a presidente ressaltou que seu governo conseguiu "abrir uma porta, e não qualquer uma, para que por ela passem mais e mais mulheres caminhando para um país mais justo e equitativo".
Além disso, Bachelet lembrou que no Chile "a conquista do voto, o avanço dos direitos sociais e civis próprios da mulher têm uma história longa. Foi a partir dessa história que fomos capazes de dar novos passos, como a punição do feminicídio e a descriminalização do aborto em três circunstâncias".
A governante prestou homenagem a chilenas históricas como Elena Caffarena (sufragista), Inés Enríquez (primeira deputada) María de la Cruz (primeira senadora), e Gabriela Mistral (Prêmio Nobel de Literatura em 1945), entre outras.
"É a partir das conquistas que percebemos que podemos ver o que nos falta", disse às mulheres Bachelet, que considerou que ainda falta superar "um desafio muito difícil, mas inadiável: punição efetiva para os culpados (de assédio e abuso contra mulheres) e a transformação da cultura machista, tão difícil de remover".
"Quero convidá-las a não cruzar os braços, a não retroceder e continuar trabalhando para derrubar os preconceitos, erradicar a violência e garantir os direitos de todos os que vivem em nosso país. Nós mulheres não nos renderemos".
"Viva o dia da mulher, vivam as mulheres da nossa pátria e vivam as mulheres do mundo!", concluiu, emocionada, Bachelet.