Auxiliar de enfermagem recebe a primeira vacina contra o coronavírus no Chile
“Estou muito emocionada, nervosa; são múltiplas emoções”, disse Zulema antes de ser vacinada
AFP
Publicado em 24 de dezembro de 2020 às 13h17.
Uma auxiliar de enfermagem de 46 anos foi a primeira a receber no Chile a vacina contra o coronavírus dos laboratórios da Pfizer/BioNTech, cujas primeiras 10 mil doses chegaram ao país nesta quinta-feira (24).
Após a chegada antecipada ao aeroporto de Santiago do avião comercial que trazia as vacinas da Bélgica e seu transporte em caravana escoltada por policiais para um centro de distribuição, iniciou-se o esperado processo de inoculação no Hospital Metropolitano, com a primeira injeção aplicada à auxiliar de enfermagem Zulema Riquelme, de 46 anos.
“Estou muito emocionada, nervosa; são múltiplas emoções”, disse Zulema antes de ser vacinada, ao responder o presidente Sebastián Piñera, que supervisionava o processo e lhe perguntou como era ser a primeira pessoa a receber a vacina contra a covid-19 no país.
“Vocês são a esperança de todos”, afirmou, por sua vez, o presidente, que acompanhou desde o início a chegada das primeiras doses da vacina ao Chile.
Zulema Riquelme trabalha há 26 anos no Hospital Sótero del Río, na comuna de Puente Alto, uma das mais populosas da Região Metropolitana de Santiago. Ela foi uma dos cinco profissionais de saúde selecionados pelo governo chileno para serem os primeiros vacinados no país nesta quinta.
“Cada um deles representa um grupo daqueles que trabalham diariamente nas Unidades de Terapia Intensiva de vários hospitais públicos, sendo a 'linha de frente' de defesa contra o vírus”, explicou em nota oficial.
Depois de Zulema, um médico, uma enfermeira, um fisioterapeuta respiratório e uma auxiliar de serviços receberam a vacina.
De acordo com o plano oficial, que prevê a vacinação de 15 dos 18 milhões de habitantes do país no primeiro semestre de 2021, as primeiras doses serão destinadas às equipes médicas que trabalham em UTIs com pacientes críticos nas regiões de La Araucanía, Biobío e Magallanes, no sul do Chile, que hoje acumulam o maior número de infecções.
Também será incluído um terço dos trabalhadores da saúde da Região Metropolitana, onde vive cerca de metade da população total do país.
Posteriormente, virão o restante do pessoal médico, os idosos e os doentes crônicos, que estão sob maior risco de contágio, e, por fim, a população em geral será vacinada.
Segundo o presidente Piñera, o Chile conseguiu garantir o fornecimento de 30 milhões de doses da vacina.