Autoridades venezuelanas intensificam provocações ao governo Lula após veto no Brics
Polícia Nacional Bolivariana publicou imagem com silhueta de Lula e bandeira do Brasil em tom de ameaça; desgaste nas relações cresce
Redatora
Publicado em 31 de outubro de 2024 às 17h39.
A Polícia Nacional Bolivariana da Venezuela publicou em suas redes sociais na quarta feira, 30, uma imagem com a silhueta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a bandeira do Brasil. A foto veio acompanhada da declaração de que o país “não aceita chantagens de ninguém”, sinalizando a escalada de tensões entre os países.
Com a hashtag “Quem mexe com a Venezuela se dá mal”, o texto traz ainda a mensagem: “Nossa pátria é independente, livre e soberana. Não aceitamos chantagem de ninguém, não somos colônia de ninguém. Estamos destinados a vencer.”
Apesar de não mencionar Lula diretamente, a imagem mostra a silhueta de um homem com barba e cabelo grisalho, semelhante ao presidente brasileiro.
A publicação marca o perfil de Diosdado Cabello, ministro do Interior e figura importante no governo de Nicolás Maduro. Desde o aumento das tensões com o Brasil, vários membros do governo venezuelano têm criticado personagens brasileiros.
Relações deterioradas após veto ao Brics
As relações entre Brasil e Venezuela começaram a se desgastar após as eleições venezuelanas de julho, em que Maduro foi reeleito em um processo cercado de denúncias de fraude e de rejeição pela comunidade internacional. A situação piorou após o veto do Brasil ao ingresso da Venezuela como parceira no grupo Brics.
Em reação, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela anunciou na quarta-feira, 30, a convocação do embaixador em Brasília, após críticas de autoridades brasileiras, incluindo o assessor Celso Amorim, chamado pelo governo venezuelano de “mensageiro do imperialismo norte-americano”.
Parlamento da Venezuela pedirá que Celso Amorim seja declarado 'persona non grata'O presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, sugeriu ao Legislativo que declarasse Amorim como " persona non grata", afirmando que o brasileiro adota uma “posição prostrada aos desígnios do império agressor”.
Amorim, em audiência na Câmara dos Deputados, havia criticado a reação venezuelana ao veto, qualificando-a como “desproporcional e cheia de acusações infundadas” contra Lula e o Itamaraty.