Autor de massacre em igreja nos EUA é condenado à morte
O Departamento de Justiça afirmou que se trata da primeira pessoa a pegar pena de morte por crimes de ódio na esfera judicial federal nos Estados Unidos
EFE
Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 21h02.
Última atualização em 10 de janeiro de 2017 às 21h54.
Washington - O jovem Dylann Roof, que em junho de 2015 matou nove americanos negros em uma igreja de Charleston, na Carolina do Sul, foi condenado à morte por um tribunal federal nesta terça-feira.
Roof, de 22 de anos, não demonstrou arrependimento pelo massacre e na declaração final do julgamento afirmou: "ainda sinto que tinha que fazer aquilo".
Em um tribunal de Charleston, a decisão do júri composto por 12 pessoas (nove negros e três brancos) foi unânime ao declarar Roof culpado das 33 acusações que enfrentava, das quais 18 o condenavam à pena de morte, pelo ataque cometido no dia 17 de junho de 2015 na Igreja Africana Metodista Episcopal (AME) de Charleston.
Roof, que optou por representar a si mesmo durante parte do julgamento, será formalmente sentenciado com pena de morte na quarta-feira pelo juiz instrutor do caso, Richard Gergel.
Embora os advogados de defensa tenham considerado a atitude de Roof "delirante" e "anormal", o juiz Gergel afirmou que o jovem tem competência mental e emocional para se defender.
Durante o processo judicial, o jovem confessou os crimes e reconheceu que escolheu atacar a igreja de Charleston por ser uma das mais antigas do sul dos Estados Unidos e uma das mais firmes na defesa dos direitos civis dos americanos negros.
Na noite do ataque à histórica igreja, o jovem condenado se sentou durante 45 minutos em um dos bancos com uma arma enquanto os fiéis liam a Bíblia, antes de começar a atirar contra os presentes e matar nove deles.
"Dylann Roof era um homem de ódio intenso. Estas nove pessoas têm uma bondade maior que sua mensagem de ódio", disse em dezembro o promotor Nathan Williams durante o julgamento.
O condenado admitiu os assassinatos pouco após ser detido em uma confissão gravada em vídeo que foi apresentada no tribunal, e na qual detalhava seu relato dos crimes e suas motivações racistas.