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Ativistas exilados querem que papa fale com oposição cubana

Embarcações zarparam da Flórida para águas internacionais próximas à Cuba, onde dissidentes pretendem chamar a atenção do papa

Está previsto que o papa se reúna esta tarde com Raúl Castro (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de março de 2012 às 19h34.

Miami - Os ativistas exilados da Flórida (EUA) que zarparam nesta terça-feira em uma pequena frota com direção a águas internacionais, na frente do litoral cubano, acham que será 'muito decepcionante' se o papa não se reunir com representantes da dissidência e escutar também 'as vítimas em Cuba ' durante sua visita à ilha.

'Seria muito decepcionante para nós se o papa não se reunir com as Damas de Branco ou algum membro da oposição cubana', afirmou à Agência Efe Ramón Saúl Sánchez, presidente do grupo Movimento Democracia, impulsor desta iniciativa.

Cinco embarcações, com aproximadamente 40 ativistas a bordo, zarpou nesta terça-feira de Key West, extremo sul da Flórida (EUA), com direção a Cuba e deve parar em águas internacionais a 19 quilômetros do litoral da ilha.

Dali, eles planejam lançar esta noite fogos de artifício como sinal de boas-vindas a Bento XVI, que chegou na segunda-feira à ilha.

O papa chegou nesta terça-feira a Havana, o segundo destino de sua visita a Cuba, após sua passagem pela cidade oriental de Santiago. Nesta terça-feira ele deve se reunir com o presidente Raúl Castro.

Inicialmente, estava previsto que a pequena frota permaneceria na região até quarta-feira, quando o papa rezará uma missa na Praça da Revolução de Havana.


No entanto, Sánchez disse que o mau tempo obrigou a cancelar os atos programados para quarta-feira e suspender a saída de outras duas embarcações que tinham previsto partir esta noite da mesma marina de Key West.

A mensagem inequívoca que os exilados cubanos querem transmitir, ressaltou o ativista, é de 'solidariedade com o povo de Cuba e com os opositores', em um momento em que muitos dissidentes 'estão sendo detidos sob prisão domiciliar'.

Trata-se, por isso, de uma mensagem que se dirige também ao Governo cubano e ao poder político: 'Não devem somente se abrir ao mundo, como pediu o papa João Paulo II, mas se abrir ao povo cubano', ressaltou Sánchez minutos antes de zarpar.

A bordo dos navios, os membros das diversas organizações que participam desta iniciativa levam cartazes com os rostos de opositores mortos, como Orlando Zapata Tamayo, e de grupos como as Damas de Branco, que pedem a liberdade dos presos políticos na ilha.

Em um grande cartaz com o rosto de Zapata Tamayo, que morreu em 2010 em um hospital de Havana como consequência de uma greve de fome de 85 dias, é possível ler: 'Assassinado por Castro. Orlando Zapata Tamayo, preso político pacífico'.

Na opinião de Sáchez, a visita do papa à ilha caribenha 'pode ajudar a conseguir uma abertura do Governo cubano, mas é preciso fazer mais e a comunidade internacional tem que pressionar mais o regime' para aplanar o caminho com direção à democracia.

Nesse sentido, ele afirmou à Efe que seria 'muito decepcionante' se o papa não se reunir com as Damas de Branco ou algum opositor cubano para 'escutar também as vítimas' da ilha.


Não está previsto que o pontífice se encontre com a dissidência, que denunciou a intensificação das ações repressivas do Governo durante os últimos dias contra os opositores.

Entre as organizações anticastristas que participam da iniciativa está o Partido Republicano de Cuba, fundado em 2003 e cujo coordenador nacional na ilha é Vladimir Calderón, um dos dissidentes que foram retirados de um templo de Havana no dia 15 de março.

Antes de partir, um dos membros desta organização no exílio, Geiser Conde, expressou, da mesma forma que Ramón Saúl, a importância de o pontífice receber os opositores.

'Todos os cubanos têm que ter uma voz dentro de Cuba e o papa deve escutar todos os cubanos sem distinção', disse Conde.

Ele ressaltou que a mensagem de 'liberdade e esperança' encarnada pela pequena frota reflete o desejo dos exilados de que a visita papal 'ilumine o Governo cubano para que ele dê voz e voto a todos os cubanos' e abra as portas a uma 'democracia representativa com eleições'.

Está previsto que o papa se reúna esta tarde com Raúl Castro, e segundo fontes do Vaticano, é possível que também tenha um encontro com o ex-presidente Fidel Castro, apesar desta reunião não estar na agenda oficial da visita.

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'Seria muito decepcionante para nós se o papa não se reunir com as Damas de Branco ou algum membro da oposição cubana', afirmou à Agência Efe Ramón Saúl Sánchez, presidente do grupo Movimento Democracia, impulsor desta iniciativa.

Cinco embarcações, com aproximadamente 40 ativistas a bordo, zarpou nesta terça-feira de Key West, extremo sul da Flórida (EUA), com direção a Cuba e deve parar em águas internacionais a 19 quilômetros do litoral da ilha.

Dali, eles planejam lançar esta noite fogos de artifício como sinal de boas-vindas a Bento XVI, que chegou na segunda-feira à ilha.

O papa chegou nesta terça-feira a Havana, o segundo destino de sua visita a Cuba, após sua passagem pela cidade oriental de Santiago. Nesta terça-feira ele deve se reunir com o presidente Raúl Castro.

Inicialmente, estava previsto que a pequena frota permaneceria na região até quarta-feira, quando o papa rezará uma missa na Praça da Revolução de Havana.


No entanto, Sánchez disse que o mau tempo obrigou a cancelar os atos programados para quarta-feira e suspender a saída de outras duas embarcações que tinham previsto partir esta noite da mesma marina de Key West.

A mensagem inequívoca que os exilados cubanos querem transmitir, ressaltou o ativista, é de 'solidariedade com o povo de Cuba e com os opositores', em um momento em que muitos dissidentes 'estão sendo detidos sob prisão domiciliar'.

Trata-se, por isso, de uma mensagem que se dirige também ao Governo cubano e ao poder político: 'Não devem somente se abrir ao mundo, como pediu o papa João Paulo II, mas se abrir ao povo cubano', ressaltou Sánchez minutos antes de zarpar.

A bordo dos navios, os membros das diversas organizações que participam desta iniciativa levam cartazes com os rostos de opositores mortos, como Orlando Zapata Tamayo, e de grupos como as Damas de Branco, que pedem a liberdade dos presos políticos na ilha.

Em um grande cartaz com o rosto de Zapata Tamayo, que morreu em 2010 em um hospital de Havana como consequência de uma greve de fome de 85 dias, é possível ler: 'Assassinado por Castro. Orlando Zapata Tamayo, preso político pacífico'.

Na opinião de Sáchez, a visita do papa à ilha caribenha 'pode ajudar a conseguir uma abertura do Governo cubano, mas é preciso fazer mais e a comunidade internacional tem que pressionar mais o regime' para aplanar o caminho com direção à democracia.

Nesse sentido, ele afirmou à Efe que seria 'muito decepcionante' se o papa não se reunir com as Damas de Branco ou algum opositor cubano para 'escutar também as vítimas' da ilha.


Não está previsto que o pontífice se encontre com a dissidência, que denunciou a intensificação das ações repressivas do Governo durante os últimos dias contra os opositores.

Entre as organizações anticastristas que participam da iniciativa está o Partido Republicano de Cuba, fundado em 2003 e cujo coordenador nacional na ilha é Vladimir Calderón, um dos dissidentes que foram retirados de um templo de Havana no dia 15 de março.

Antes de partir, um dos membros desta organização no exílio, Geiser Conde, expressou, da mesma forma que Ramón Saúl, a importância de o pontífice receber os opositores.

'Todos os cubanos têm que ter uma voz dentro de Cuba e o papa deve escutar todos os cubanos sem distinção', disse Conde.

Ele ressaltou que a mensagem de 'liberdade e esperança' encarnada pela pequena frota reflete o desejo dos exilados de que a visita papal 'ilumine o Governo cubano para que ele dê voz e voto a todos os cubanos' e abra as portas a uma 'democracia representativa com eleições'.

Está previsto que o papa se reúna esta tarde com Raúl Castro, e segundo fontes do Vaticano, é possível que também tenha um encontro com o ex-presidente Fidel Castro, apesar desta reunião não estar na agenda oficial da visita.

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