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Atentado suicida na sede da Comissão Eleitoral deixa 16 mortos na Líbia

O ataque terrorista na sede da comissão eleitoral da Líbia deixou 16 mortos e 19 feridos e um dos responsáveis pelo ataque foi detido

Líbia: o Estado Islâmico (EI) assumiu a autoria do ataque (REUTERS/Ismail Zitouny/Reuters)
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EFE

Publicado em 2 de maio de 2018 às 15h01.

Trípoli - Ao menos 16 pessoas morreram e 19 ficaram feridas nesta quarta-feira supostamente em um atentado suicida realizado na sede da Comissão Eleitoral na capital da Líbia , informou à Agência Efe o chefe de Segurança Central em Trípoli, Mohammad Al-Damjah.

Segundo ele, o atentado foi feito por três prováveis membros da ramificação da organização jihadista Estado Islâmico no país, dois dos quais explodiram bombas que levavam junto ao corpo.

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"O terceiro foi abatido por agentes de segurança do lado de fora do prédio", disse Al-Damjah.

Antes da ação, os autores conseguiram incendiar o edifício e matar três agentes. O ataque foi reivindicado pelo ramificação do Estado Islâmico na Líbia através de um comunicado divulgado na plataforma digital "Wilayat ?arabulus" e na revista do grupo "Amaq".

A ação foi condenada tanto pelo Governo de Acordo Nacional (GNA), sustentado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Trípoli, quanto pelo Parlamento de Tobruk, que controla mais de 60% do país. O Conselho de Fatwa, um dos principais órgãos religiosos do país, e a missão da ONU na Líbia, liderada por Ghassan Salamé, também recriminaram o ato.

O diplomata libanês expressou total apoio ao governo em Trípoli e disse que o ataque não irá abalar os preparativos para a convocação, nos próximos meses, de eleições legislativas e presidenciais. A Comissão Eleitoral da Líbia é um corpo formado pela ONU e que tem como principal função registrar os líbios que desejam votar no pleito, que ainda não tem data marcada.

O processo faz parte de um novo plano de paz e reconciliação lançado pelo próprio Salamé, depois de assumir o cargo em setembro de 2017, e que ele pretende levar adiante este ano, apesar da situação de insegurança no país.

Especialistas locais e internacionais acreditam, no entanto, que não é possível realizar eleições no curto prazo e questionam a sua efetividade, pois em 2014, com uma situação de segurança mais favorável, apenas 630 mil pessoas votaram, o equivalente a 10% da população. Aquelas eleições deixaram a Líbia na divisão política e no caos que vive hoje, já que o então governo em Trípoli não reconheceu o novo parlamento, que foi obrigado a se instalar na cidade de Tobruk, no leste do país.

Em setembro de 2015, e após um processo de diálogo fracassado, a ONU forçou um pacto e criou o chamado Governo de Acordo Nacional, que desde abril de 2016 está estabelecido na capital, mas que praticamente não tem apoio no resto do país.

Atualmente, o homem forte é o general Khalifa Haftar, um ex-integrante da cúpula que levou ao poder Muammar Kadafi, o ditador derrubado em 2011, pois controla o parlamento em Tobruk e os principais recursos petroleiros. Em janeiro, ele disse para a revista "Jeune Afrique" que "a Líbia não está madura para as eleições".

Além da divisão política, o país também sofre com a presença de vários grupos jihadistas e com a atividade de traficantes de pessoas, de armas e de combustível.

 

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