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Ataques russos perto da usina nuclear ucraniana matam 13 e causam preocupação

Além dos 13 civis mortos, outros 11 foram feridos durante a última noite nas proximidades da usina

A operadora ucraniana Energoatom disse na terça-feira que as forças russas estão tentando estabelecer uma conexão terrestre entre a usina de Zaporizhzhia e a Crimeia (Ministério Russo da Defesa/AFP/Divulgação)

A operadora ucraniana Energoatom disse na terça-feira que as forças russas estão tentando estabelecer uma conexão terrestre entre a usina de Zaporizhzhia e a Crimeia (Ministério Russo da Defesa/AFP/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de agosto de 2022 às 15h17.

A Ucrânia voltou a denunciar os bombardeios russos na linha de frente, inclusive perto da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa e sob controle dos russos desde março. Ataques de mísseis russos mataram ao menos 13 civis e feriram outros 11 durante a última noite nas proximidades da usina.

Em Nikopol (sudeste), a 100 quilômetros da central de Zaporizhzhia, o governador Valentin Reznichenko confirmou no Telegram as mortes. Segundo ele, os russos usaram mísseis Grad e fizeram 80 disparos contra bairros residenciais, causando danos em blocos de apartamentos, prédios administrativos e deixando mais de 1 mil pessoas sem gás.

A situação da usina preocupa a comunidade internacional e será discutida nesta quinta-feira, 11, pelo Conselho de Segurança da ONU.

"Os russos bombardearam novamente a usina nuclear de Zaporizhzhia", acusou o operador nuclear da Ucrânia Energoatom. "Passamos uma noite horrível (...) É muito difícil retirar os corpos dos escombros", afirmou Reznichenko.

Rússia e Ucrânia se acusam mutuamente pelos ataques aos arredores da central nuclear, mas afirmaram, no entanto, que os níveis de radiação na usina estavam "dentro dos limites normais".

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Versão russa

As forças ucranianas "mais uma vez bombardearam a usina nuclear de Zaporizhzhia e o território perto da instalação nuclear", disse Vladimir Rogov, membro da administração regional instalada em Zaporizhzhia desde março. De acordo com Rogov, os ucranianos usaram vários sistemas de lançamento de foguetes e artilharia pesada para realizar os ataques.

Ambos os lados relataram cinco bombardeios perto de uma unidade de armazenamento de substâncias radioativas.

Na semana passada houve vários ataques, pelos quais ambos os lados se culpam, perto desta usina. As tropas russas assumiram o controle da usina no dia 4 de março, logo após o início da invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro.

O secretário-geral da ONU alertou nesta quinta-feira para o risco de "catástrofe" na usina de Zaporizhzhia.

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, informará ao Conselho de Segurança sobre a situação naquela instalação, que possui seis dos 15 reatores ucranianos, capazes de fornecer energia a quatro milhões de residências.

A AIEA informou que seu relatório detalhará como os bombardeios na semana passada "violaram praticamente todos os sete pilares indispensáveis da segurança nuclear". Também apontou que tentará organizar uma missão especializada à usina "o mais rápido possível".

O grupo dos sete países mais industrializados (G7) exigiu na quarta-feira que "a Rússia devolva imediatamente ao seu legítimo proprietário soberano, a Ucrânia, o controle total da usina" e estimou que sua ocupação "põe em perigo a região".

A operadora ucraniana Energoatom disse na terça-feira que as forças russas estão tentando estabelecer uma conexão terrestre entre a usina de Zaporizhzhia e a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, enfatizou na terça-feira, 9, a importância da península da Crimeia para a Ucrânia e reiterou que Kiev "nunca a abandonará".

(Estadão Conteúdo, com agências internacionais)

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