Soldado da ONU: no ataque morreram cinco guardas, um policial e um civil empregado na missão (Michael Kappeler/Reuters)
AFP
Publicado em 15 de agosto de 2017 às 09h41.
Dois ataques contra o contingente da ONU no Mali deixaram nove mortos nesta segunda-feira, incluindo um capacete azul e um soldado malinês.
O primeiro ataque, ao campo da missão da ONU no Mali (Minusma) no centro do país, deixou dois mortos, um soldado malinês e um capacete azul cuja nacionalidade não foi informada.
"Supostos extremistas dispararam contra o campo da missão da ONU em Duentza (centro) de uma colina", declarou à AFP um responsável do local.
Segundo o delegado, os agressores foram "repelidos" e "abatidos".
"Foram mortos dois dos agressores e o plano de ataque dos terroristas fracassou. Enviamos reforços para garantir a segurança da cidade", acrescentou a fonte.
O norte do Mali se encontra desde março de 2012 à mercê de grupos radicais vinculados à Al-Qaeda. Desde 2013, a ONU conta com uma missão no local, que sofre constantemente com ataques dos extremistas.
Horas depois do ataque de Duentza, os homens armados com fuzis e granadas atacaram a entrada do acampamento da ONU em Tumbuctu.
No ataque morreram cinco guardas, um policial e um civil empregado na missão, cuja nacionalidade não foi especificada.
"Seis agressores foram abatidos na contra-ofensiva da Minusma após o ataque", informou a ONU.
O secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, condenou os ataques e advertiu que a ofensiva contra as forças de paz das Nações Unidas "podem constituir crimes de guerra segundo a legislação internacional".
Nesta terça-feira, uma reunião programada há algum tempo abordará a criação de uma força militar integrada por Burkina Faso, Mali, Mauritânia, Níger e Chad para reforçar os dispositivos nacionais e multilaterais que operam na região.
Esta força, integrada por cerca de 5 mil homens, deverá estar operacional até o outono boreal, mas seu financiamento, estimado em 420 milhões de euros, não foi assegurado.
Desde março de 2012, no norte do Mali operam grupos extremistas vinculados à Al-Qaeda. Parte deles foram expulsos por uma intervenção militar internacional lançada em 2013 por iniciativa da França.
Entretanto, existem áreas que escapam ao controle das forças malinesas, francesas e da ONU, regularmente alvo de ataques.