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Armas usadas em ataque a campo de petróleo são do Irã, diz Arábia Saudita

De acordo com porta-voz da Arábia Saudita, investigações preliminares sinalizaram, ainda, que ataques ao campo de petróleo não se originou no Iêmen

Imagem de satélite mostra campo de petróleo atacado na Arábia Saudita: reino crê que armas usadas em ataque seriam de origem iraniana (Planet Labs Inc/Handout/Reuters)

Imagem de satélite mostra campo de petróleo atacado na Arábia Saudita: reino crê que armas usadas em ataque seriam de origem iraniana (Planet Labs Inc/Handout/Reuters)

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Reuters

Publicado em 14 de setembro de 2019 às 14h31.

Última atualização em 16 de setembro de 2019 às 11h58.

São Paulo - Investigações preliminares revelaram que as armas usadas no ataque ao maior campo de petróleo da Arábia Saudita no último sábado (14) são do Irã. A informação foi divulgada pelo jornal americano The Washington Post nesta segunda-feira (16).

De acordo com a publicação, que cita um porta-voz da Arábia Saudita, os ataques não se originaram no Iêmen, embora os rebeldes iemenitas houthis, apoiados pelo Irã, tenham reivindicado a autoria e ameaçado conduzir novos bombardeios  à infraestrutura petrolífera da Arábia Saudita.

Os ataques reduziram a produção do reino em 5,7 milhões de barris por dia (bpd), de acordo com comunicado da empresa estatal de petróleo Saudi Aramco, ou mais de 5% do suprimento global de petróleo. Na manhã desta segunda, ações da Petrobras subiram mais de 5% em resposta

Ataque em campo de petróleo

O grupo houthi do Iêmen, alinhado ao Irã, assumiu a autoria do ataque do último sábado contra duas instalações no centro da indústria petrolífera da Arábia Saudita, incluindo a maior instalação de processamento de petróleo do mundo.

O incidente ocorreu antes do amanhecer às instalações da Saudi Aramco e gerou vários incêndios, embora o reino, maior exportador de petróleo do mundo, tenha dito que eles estavam sob controle.

Três fontes próximas ao assunto afirmaram que a produção de petróleo e as exportações serão afetadas. Uma fonte disse que a produção de 5 milhões de barris por dia seria impactada - perto da metade da produção do reino -, mas não deu mais detalhes.

A televisão estatal disse que as exportações continuam, embora a Aramo ainda não tenha se pronunciado desde o ataque, que os houthis afirmam ter envolvido 10 drones. As autoridades ainda não disseram se a produção de óleo ou as exportações serão afetadas.

A Arábia Saudita, que liderou uma coalizão militar sunita que interveio no Iêmen em 2015 contra os houthis, culpou o Irã por ataques anteriores, algo que Teerã nega. Riad acusa Teerã de armar os houthis, acusação negada pelo grupo e pelo governo iraniano.

A TV estatal Ekhbariya, citando seu correspondente, afirmou que não houve vítimas nos ataques deste sábado. Uma testemunha da Reuters próxima ao local afirmou que pelo menos 15 ambulâncias foram vistas na região e que há forte presença de forças de segurança ao redor de Abqaiq.

Reunião de crise

Abqaiq fica 60 quilômetros ao sudoeste do quartel-general da Aramo, em Dhahran. A instalação lida com óleo bruto do maior campo convencional de petróleo do mundo, o supergigante Ghawar, e com exportações aos terminais Ras Tanura - maior instalação de carregamento de petróleo offshore do mundo - e Juaymah. Também bombeia para o oeste, atravessando o reino, aos terminais de exportação do Mar Vermelho.

Duas fontes afirmaram que Ghawar queimava gases depois que os ataques atingiram instalações de processamento de gás. Khurais, 190 quilômetros mais para o sudoeste, tem o segundo maior campo petrolífero do país.

As três fontes disseram que a Aramo havia elevado níveis de emergência e realizava uma reunião de crise após o ataque.

O episódio foi o último de uma série de mísseis e ataques de drones dos houthis a cidades sauditas, a maioria dos quais interceptados.

Mas, recentemente, os ataques conseguiram atingiram seus objetivos, incluindo o campo petrolífero de Shaybah, no mês passado, e estações de bombeamento de óleo, em maio. Os dois ataques causaram incêndios, mas não interromperam a produção.

"É uma situação relativamente nova para os sauditas. Por muito tempo, eles nunca tiveram medo real de que suas instalações de óleo fossem atingidas pelo ar", afirmou o diretor fundador do Centro de Política Global, Kamran Bokhari, baseado em Washington, à Reuters.

Chamas e fumaça

Horas depois do ataque em Abqaiq, uma testemunha ouvida pela agência Reuters disse que fogo e fumaça ainda eram visíveis, mas que começavam a desaparecer. Imagens filmadas pela agência mostravam chamas vivas e grossas fumaças subindo em direção ao céu. Um veículo de emergência foi visto correndo em direção ao local.

O Ministério do Interior da Arábia Saudita disse que equipes de segurança industrial da Aramco trabalharam para conter o fogo desde às 4:00, horário local, conseguindo controlá-lo.

A coalizão liderada pela Arábia Saudita lançou ataques aéreos à província de Saada, no norte do Iêmen, um bastião houthi, neste sábado, disse uma testemunha da Reuters. A Masirah TV, controlada pelos houthis, disse que aviões de guerra queriam atingir um campo militar.

O porta-voz militar dos houthis, sem apresentar evidências, afirmou que os drones atingiram refinarias nos dois locais sauditas, que estão a mais de 1.000 quilômetros da capital do Iêmen, Sannã, e prometeu ampliar os ataques contra a Arábia Saudita.

As tensões na região cresceram nos últimos meses, depois que os Estados Unidos saíram de um acordo nuclear internacional e estendeu suas sanções econômicas ao Irã.

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