Kellyanne Conway: assessora de Trump se defendeu, afirmando que se expressou mal durante a entrevista (Yuri Gripas/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de fevereiro de 2017 às 14h00.
Washington - Uma das principais assessoras do presidente Donald Trump, Kellyanne Conway citou em entrevista à rede de televisão MSNBC um "massacre" ocorrido em 2011 em Kentucky que nunca aconteceu de verdade.
Na entrevista, concedida ontem, Kellyanne utilizou o suposto massacre para defender o decreto anti-imigração de Trump, afirmando que o republicano tomou uma medida parecida com a do ex-presidente Barack Obama naquele momento.
"O presidente Obama instituiu uma interdição de seis meses sobre o programa de refugiados do Iraque após dois iraquianos chegarem ao país, se radicalizarem e tramarem o massacre de Bowling Green. A maioria das pessoas não sabe porque o fato não recebeu cobertura (da imprensa)", afirmou Conway durante o programa Hardball, apresentado por Chris Matthews.
Conway se referia ao aumento das checagens de segurança para entrada nos Estados Unidos após dois homens serem detidos em Bowling Green, no Kentucky, acusados de tramar o envio de armas e dinheiro para a Al Qaeda no Iraque.
Waad Ramadan Alwan e Mohanad Shareef Hammadi foram incorretamente admitidos como refugiados em 2009.
Nesta sexta-feira, a assessora de Trump se defendeu, afirmando que se expressou mal durante a entrevista. Em uma mensagem no Twitter, a assessora de Trump afirmou que queria dizer "terroristas de Bowling Green", ao invés de "massacre".
Por outro lado, ela não se desculpou por caracterizar erroneamente as medidas tomadas por Obama em 2011. Alwan e Hammadi admitiram a culpa em 2011 e continuam presos, mas nunca foram acusados de tramar um ataque nos Estados Unidos.
Os comentários de Conway viraram motivos de piada nas redes sociais. O termo "Bowling Green massacre" rapidamente entrou na lista dos mais comentados do Twitter, com muitos usuários lamentando mortes inexistentes.
Nesta sexta-feira, um internautas lançaram o site BowlingGreenMassacreFund.com, pedindo doações para a American Civil Liberties Union, um grupo que luta contra o decreto anti-imigração de Trump na Justiça.
Fonte: Associated Press.