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Assange pede que países ajudem Snowden com asilo

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, pediu aos Estados que ajudem Edward Snowden, quando expirar seu asilo na Rússia

Julian Assange: asilo de Snowden expira em 1º de agosto (Reprodução)
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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2014 às 14h52.

Londres - O fundador do WikiLeaks , Julian Assange, pediu nesta quarta-feira aos Estados de todo o mundo que ajudem o ex-agente da Agência de Segurança Nacional ( NSA ), o americano Edward Snowden , quando expirar o prazo de seu asilo na Rússia , em 1º de agosto.

Em uma teleconferência com jornalistas, Assange disse que "certamente seu asilo (na Rússia) será renovado, mas outros países deveriam se oferecer para ajudá-lo", provavelmente concedendo refúgio em seus territórios.

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Acompanhado de sua equipe jurídica, o australiano falou sobre sua situação às vésperas de completar dois anos de seu refúgio na embaixada do Equador em Londres, país que deu asilo a ele para impedir sua extradição à Suécia, onde é acusado de crimes sexuais.

Assange disse que nestes dois anos a atividade do WikiLeaks não parou e ultimamente está focado em ajudar Snowden a fugir da perseguição dos Estados Unidos, motivada por ter revelado o sistema de espionagem em massa americano.

Graças a sua "experiência", Julian Assange e equipe puderam acompanhar o ex-espião no périplo até Moscou. Na semana passada o líder do WikiLeaks fundou em Berlim a Courage Foundation para promover a defesa de Snowden e de outros informantes que denunciam abusos do Estado.

Sobre sua própria situação, o advogado de Assange nos Estados Unidos, Michael Ratner, anunciou que mais de 30 entidades a favor da liberdade de expressão pediram a Eric Holder, procurador-geral dos EUA, que dissolva o grande júri montado para investigar o WikiLeaks, portal que em 2010 revelou milhares de comunicações diplomáticas confidenciais e abusos nas guerras do Iraque e do Afeganistão.

Assange pediu a Holder que deixe "a maior investigação já feita contra um editor" e que Barack Obama "reflita" sobre seu legado como líder americano que "mais espionou e investigou jornalistas e suas fontes" realizou.


O fundador do WikiLeaks se refugiou na embaixada equatoriana em 19 de junho de 2012, depois de a Corte Suprema do Reino Unido autorizar sua entrega à Suécia.

Ratner reiterou que se viajar para a Suécia, que nunca o acusou formalmente, corre o risco de ser extraditado para os Estados Unidos, onde enfrentaria "uma situação semelhante a de Chelsea Manning", o soldado que vazou a informação a WikiLeaks em 2010 e agora está condenado a 35 anos de prisão.

Enquanto o governo do Equador mantém o apoio a Assange, o executivo britânico se nega a conceder o salvo-conduto necessário para deixar a embaixada em Londres, vigiada 24 horas por dia pela polícia local e se deslocar até Quito.

Assange, de 42 anos e pai de um filho, revelou hoje que, após ser divulgado que ele tinha ajudado Snowden em 2013, o governo de David Cameron "cancelou unilateralmente" a comissão britânico-equatoriana de juristas que trabalhava para resolver seu caso.

Isto demonstra, assinalou, que tratam a questão não como um caso de asilo, "mas de segurança nacional".

Já as autoridades da Suécia se negaram a interrogar Assange na embaixada equatoriana, apesar das quatro ofertas feitas por sua equipe legal, que apresentará novos documentos à promotoria na terça-feira.

Apesar destas dificuldades e de reconhecer que seria "prazeroso" poder voltar a fazer parte do mundo exterior, Assange se mostrou relativamente encorajado e convencido do papel "relevante" do WikiLeaks, que agora se transformou em um motor de busca de documentos secretos, com um arquivo de mais de oito milhões deles.

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