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Assad lamenta ataque da Síria a avião militar turco

As autoridades turcas afirmam que o caça foi derrubado sem aviso prévio e em espaço aéreo internacional, o que o governo sírio nega

Assad: o presidente sírio rejeita ainda a acusação turca de que a ação foi deliberada (Sana/Divulgação/Reuters)

Assad: o presidente sírio rejeita ainda a acusação turca de que a ação foi deliberada (Sana/Divulgação/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2012 às 17h21.

Ancara - O presidente da Síria, Bashar al-Assad, lamentou o ataque produzido contra um avião militar da Turquia há duas semanas, um incidente que fez crescer a tensão entre os dois países vizinhos, em entrevista publicada nesta terça-feira pelo diário turco Cumhüriyet.

Assad assegura que o avião turco voava em um corredor aéreo "que no passado tinha sido usado três vezes pela aviação israelense", pelo que se decidiu derrubar o caça, algo que hoje lamenta "100%".

O presidente sírio rejeita ainda a acusação turca de que a ação foi deliberada, alegando que o avião voava muito baixo e que o Exército pensava ser um caça israelense.

O oficial responsável não dispunha de um radar próprio e não poderia conhecer a procedência do avião, reconhece Assad, que expressou condolências às famílias dos dois pilotos desaparecidos.

O avião foi abatido em 22 de junho, e a Otan, à qual pertence a Turquia, criticou duramente essa decisão.

As autoridades turcas afirmam que o caça foi derrubado sem aviso prévio e em espaço aéreo internacional, algo que a Síria nega.

O presidente sírio destaca ainda que foi Damasco quem avisou Ancara sobre o ataque ao avião, mas lembrou que os contatos entre os dois exércitos foram rompidos há um tempo, pelo que a Síria não podia ligar para nenhuma autoridade militar diretamente.

Por outra parte, Assad demonstra satisfação com o resultado da recente cúpula de mediação do conflito sírio em Genebra, onde foi feita a chamada para um Governo de transição com presença do regime atual e da oposição, com 'consentimento mútuo'.

'Nesse documento há só uma coisa que me interessa. A frase é: o povo sírio decidirá sobre o futuro da Síria', assegura.

Respondendo à secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, que exigiu novamente em Genebra a saída de Assad, o presidente sírio diz que 'não leva a sério' as palavras dos oficiais americanos.

"Desde o começo os EUA nos foram hostis. Eles estão do lado dos terroristas", avalia Assad.

Quanto à decisão de Ancara de concentrar mais forças militares ao longo de sua fronteira com a Síria, incluindo sistemas de mísseis de curto alcance, o presidente sírio assegura que não responderá com medidas similares, "já que o povo turco não é nosso inimigo".

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