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As opiniões do Papa sobre temas sensíveis à Igreja Católica

O novo papa tem opiniões bem marcadas sobre assuntos polêmicos


	Papa Francisco em celebração religiosa: ele se opôs às leis de casamento entre pessoas do mesmo sexo e ao reconhecimento da identidade dos travestis
 (AFP)

Papa Francisco em celebração religiosa: ele se opôs às leis de casamento entre pessoas do mesmo sexo e ao reconhecimento da identidade dos travestis (AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2013 às 11h43.

Buenos Aires - O novo Papa Francisco tem opiniões bem marcadas a respeito de assuntos polêmicos e, por exemplo, se opôs às leis de casamento entre pessoas do mesmo sexo e ao reconhecimento da identidade dos travestis e transexuais aprovados na Argentina.

A seguir, as posições do novo pontífice:

CASAMENTO GAY: foi um tenaz opositor à lei do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo aprovada em julho de 2010 na Argentina com apoio do governo e que foi a primeira do tipo na América Latina.

"Não sejamos ingênuos: não se trata de uma simples luta política; é a pretensão destrutiva ao plano de Deus", disse Bergoglio pouco antes da sanção da lei.

O padre Nicolás Alessio (53 anos) foi expulso do Tribunal Interdiocesano de Córdoba (norte) por apoiar o casamento gay.

IDENTIDADE DE GÊNERO: também foi contrário à lei de identidade de gênero aprovada em maio de 2012 e que autoriza travestis e transexuais a registrar seus dados com o sexo escolhido.

EUTANÁSIA: contrário à eutanásia. Chegou a declarar que "na Argentina se aplica a pena de morte" no caso do aborto e a "eutanásia acobertada" em idosos enfermos.

PRESERVATIVOS: contrário, assim como a Igreja, incluindo como forma de prevenção à Aids.

BATISMO: em 2012 pediu a padres de 11 dioceses de Buenos Aires que batizassem todos os bebês, incluindo os nascidos de uma relação extraconjugal.


ESCÂNDALOS DE PEDOFILIA: três padres católicos foram condenados desde 2002 na Argentina por abuso sexual de menores com penas de entre oito e 24 anos de prisão, enquanto dois bispos renunciaram por envolvimento em escândalos sexuais.

Em todos os casos, a Igreja evitou fazer comentários e disse que acataria as decisões da justiça.

PAPEL NA DITADURA: Bergoglio recebe críticas por supostamente não ter protegido dois padres jesuítas que foram sequestrados em 1976, durante o último regime militar (1976/83), e depois liberados.

MEIO AMBIENTE: aqueles que o conhecem dizem que é um defensor do meio ambiente.

REFORMAS NA IGREJA: para o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, "não se vislumbra que (Bergoglio) possa promover mudanças estruturais a respeito da posição tradicional da Igreja sobre o uso do preservativo, a anticoncepção hormonal de emergência, a eliminação do celibato".

O mesmo para "o papel das mulheres na Igreja, o tratamento às pessoas divorciadas ou aos homossexuais, a liberação do aborto".

GLOBALIZAÇÃO E POLITICA: o novo Papa aceita a globalização, mas advertiu que "tem seus perigos". "Não podemos renegar da cultura de nossos povos. Este é o grande perigo" que a globalização traz consigo, destacou Bergoglio.

Defendeu ainda o trabalho dos laicos na política e definiu "a política como a tarefa do bem comum, ao contrário das ideologias, que sempre engendram violência".

COMUNISMO E LIBERALISMO: o Papa Francisco expôs suas críticas tanto ao comunismo como ao liberalismo e destacou que, "assim como comunismo caiu por suas contradições internas, este liberalismo também vai cair por suas contradições internas" e advertiu que "não devemos nos resignar a aceitar passivamente a tirania do econômico. A tarefa não deve reduzir-se a que as contas fechem para tranquilizar os mercados". Também defendeu um trabalho maior sobre a sociedade.

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