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Argentina avança na igualdade de gênero em reforma eleitoral

A reforma foi debatida com congressistas vestidas de preto, em referência ao slogan que inspirou uma enorme manifestação convocada pelo grupo #NiUnaMenos

Argentina: o projeto estabelece que as listas com as candidaturas ao Congresso deverão ser integradas de maneira intercalada com um candidato de cada sexo (Marcos Brindicci/Reuters)

Argentina: o projeto estabelece que as listas com as candidaturas ao Congresso deverão ser integradas de maneira intercalada com um candidato de cada sexo (Marcos Brindicci/Reuters)

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AFP

Publicado em 20 de outubro de 2016 às 13h20.

A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quinta-feira uma reforma eleitoral que introduz o sistema de votação eletrônica e instaura a igualdade de gênero, com o objetivo de ampliar para até 50% a representação feminina, em um país abalado pela violência contra as mulheres.

A reforma passou ao Senado e foi debatida na quarta-feira, com congressistas vestidas de preto, em referência ao slogan que inspirou uma enorme manifestação convocada pelo grupo #NiUnaMenos após o brutal assassinato da adolescente Lucía Pérez em 8 de outubro.

Com 152 votos a favor, 75 contra e 3 abstenções, a iniciativa foi apoiada pelo governismo de centro-direita, pela Frente Renovadora (peronistas de centro-direita), pelo Bloco Justicialista (peronistas de centro) e por outras bancadas menores.

O projeto estabelece que as listas com as candidaturas ao Congresso deverão ser integradas de maneira intercalada com um candidato de cada sexo.

O presidente provisório do Senado, Federico Pinedo, indicou que "o mais desejável é que a Reforma Eleitoral seja sancionada tal como vem da Câmara Baixa", embora tenha votado contra o projeto de paridade de gênero ao considerar que "deveria deixar espaço às pessoas que representam os interesses do povo, para além de seu sexo".

Um dos aspectos que despertou mais polêmicas antes desta votação é a substituição da cédula de papel por um sistema de votação eletrônica, que no caso argentino já funciona em Buenos Aires e na província de Salta (norte).

Os integrantes do bloco kirchnerista Frente para a Vitória (FPV) são os mais críticos ao sistema eletrônico e insistem que a cédula de papel seja mantida.

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