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Arcebispo de Dublin pede investigação por fossa com crianças

O arcebispo de Dublin pediu uma investigação completa sobre a morte de quase 800 crianças, cujos corpos estão em uma fossa no oeste da Irlanda

Entrada de local onde foram encontrados quase 800 corpos de crianças na Irlanda (Stringer/Reuters)

Entrada de local onde foram encontrados quase 800 corpos de crianças na Irlanda (Stringer/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2014 às 10h54.

Dublin - O arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin, pediu "uma investigação completa" sobre a morte de quase 800 crianças, cujos corpos estão em uma fossa séptica próxima a um convento no oeste da Irlanda, informaram nesta segunda-feira os meios de comunicação locais.

As crianças, em sua maioria bebês, morreram entre 1925 e 1961, e a fosse está na cidade de Tuam, no condado de Galway, e é datada de 1850.

"Pelos indícios que há, se algo ocorreu em Tuam, provavelmente aconteceu em outras famílias com mães e crianças do país", disse Martin, uma das figuras mais respeitadas da Igreja Católica na Irlanda, em entrevista à emissora nacional "RTE".

O arcebispo considerou que por isso acredita que seja "necessária uma investigação completa".

"Não faz sentido investigar só o que ocorreu em Tuam", disse.

Segundo Martin, é necessário "examinar toda a cultura que rodeava os lares de mães e bebês" pois "se fala que ali eram realizados experimentos médicos".

Apesar de admitir que se trata de "temas muito complicados e delicados", o arcebispo de Dublin ressaltou que "a única maneira na qual sairemos deste particular período de nossa história é quando a verdade vier à tona".

Por enquanto, o governo irlandês pediu à polícia que elabore um relatório com toda a informação disponível, que será passado a um grupo interministerial que analisará qual deve ser o alcance da futura investigação sobre a fossa de Tuam.

O ministro irlandês de Educação, Ruairi Quinn, expressou hoje seu apoio total às chamadas para que sejam averiguados a fundo esses lares.

Uma historiadora irlandesa confirmou na semana passada que poderia haver 796 crianças enterradas em uma fossa sem identificar no que antigamente era um convento católico em Tuam.

Essa historiadora, Catherine Corless, descobriu certificados de falecimento que indicam que centenas de crianças estão no espaço que ocupava um tanque séptico do edifício conhecido como "O lar", que acolhia mães solteiras e que esteve regido de 1926 a 1961 pela irmandade de freiras do Bom Socorro.

O primeiro-ministro, o democrata-cristão Enda Kenny, apontou a possibilidade de que a investigação sobre Tuam se estenda a outras casas de amparos de ordens religiosas distribuídas pelo país.

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