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Após recorde de mortes, Nepal anuncia novas regras no Everest

O governo do Nepal anunciou que vai exigir certificação de experiência em escalada e exames médicos dos montanhistas

Everest: montanhistas dizem que muitas pessoas não compartilham suprimentos essenciais para sobrevivência (AFP/AFP)

Everest: montanhistas dizem que muitas pessoas não compartilham suprimentos essenciais para sobrevivência (AFP/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de maio de 2019 às 12h17.

Katmandu - O governo do Nepal anunciou nesta quarta-feira, 29, que adotará novas regras para as excursões ao Everest depois que 11 pessoas morreram nesta temporada, tornando-a a mais mortífera da história do país.

A maioria das pessoas morreu por causa da superlotação na hora de escalar o cume do monte. O governo liberou este ano mais autorizações e o engarrafamento no trajeto levou os montanhistas a permanecerem mais tempo sob frio intenso, pressão atmosférica e ar rarefeito. Muitas das mortes foram desnecessárias, disseram os veteranos, e o crescente número de alpinistas novatos que tentam conquistar o Everest tem tornado as expedições ainda mais perigosas para todo mundo.

Depois desse número de mortos, o governo diz que vai exigir certificação de experiência em escalada, além de exames médicos que comprovem o bom estado de saúde dos montanhistas.

Até agora, praticamente qualquer um poderia conseguir uma permissão para escalar o Monte Everest. Mas a temporada de 2019 tem sido afetada pelo grande número de pessoas no topo da monte e uma onda de alpinistas inexperientes.

Segundo montanhistas veteranos, a atmosfera da escalada é de disputa e sobrevivência a qualquer custo, com bandos de pessoas em jaquetas enormes empurrando umas às outras no topo para tirar selfies.

O Monte Everest é um gigante bloco de gelo e pedra ao longo da fronteira da China com o Nepal. A China também promove expedições para o topo, mas o lado chinês parece ser mais criterioso com as permissões. Duas pessoas morreram no lado chinês este ano, de uma total de 300 alpinistas, comparado com as 11 vítimas no Nepal, onde 800 pessoas fizeram a escalada.

Alguns dos mortos aparentemente ficaram sem oxigênio em seus cilindros, em parte porque a multidão que tentava chegar ao mesmo tempo ao topo causava grandes atrasos.

Vários montanhistas descreveram uma grande competição no topo do Everest, com muitas pessoas rejeitando compartilhar os suprimentos essenciais de sobrevivência - água e oxigênio. Naquela altura extrema, o oxigênio é mais escasso na atmosfera, e os alpinistas precisam recorrer a garrafas de oxigênio para alcançar o topo.

Fotos impressionantes divulgadas nos últimos dias mostraram uma longa fila de alpinistas, muito próximos uns dos outros, arrastando suas botas de escalada na área entre o cume e o desfiladeiro sul, onde fica o último acampamento na encosta do Nepal.

Analistas afirmam que o engarrafamento é provocado pela proliferação de permissões de escalada, assim como pelo reduzido número de "janelas" meteorológicas adequadas para chegar ao topo. Assim, todas as expedições iniciam o ataque final ao Everest nos mesmos dias. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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