Mundo

Apesar do ataque das Farc, governo insiste em diálogo

Governo colombiano continua tentando um acordo com o grupo, mas reconhece que "o caminho construído de confiança e esperança foi atingido"


	Soldados das Farc: o chefe dos negociadores do governo acusou o grupo de ter descumprido sua palavra no cessar-fogo unilateral com seu ataque no Cauca
 (Pedro Ugarte/AFP)

Soldados das Farc: o chefe dos negociadores do governo acusou o grupo de ter descumprido sua palavra no cessar-fogo unilateral com seu ataque no Cauca (Pedro Ugarte/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2015 às 18h16.

Havana - Os negociadores do governo colombiano afirmaram nesta segunda-feira que a responsabilidade da morte de 11 militares no ataque da semana passada "recai exclusivamente nas Farc", uma ação que "abalou a esperança", embora tenham reforçado a importância de "não desistir" no diálogo de paz com a guerrilha.

"O caminho construído de confiança e esperança foi atingido", disse em Havana o chefe da delegação de paz do governo de Juan Manuel Santos, Humberto de la Calle, que acrescentou, no entanto, que os colombianos "não devem desistir da busca do fim da guerra através do diálogo".

De la Calle acrescentou que "quando a esperança se quebra, é o momento da fé" e que toda a "energia nacional desbordante" que se gerou no país perante o ataque das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no departamento do Cauca "deve ser dirigida a um objetivo: continuar a busca do fim do conflito".

Em declaração sem perguntas lida perante os meios de comunicação no fechamento do 35º ciclo das conversas de paz com as Farc, De la Calle insistiu que "pôr fim à guerra é mais imperativo agora do que nunca", para o que reivindicou "rapidez" no processo de paz.

"Não estamos dispostos a permanecer indefinidamente na mesa nem a pactuar a qualquer custo. Nosso dever é buscar soluções, mas sem sacrifício das liberdades, sem deixar de lado o Estado social de direito", ressaltou.

O chefe dos negociadores do governo acusou às Farc de ter descumprido sua palavra no cessar-fogo unilateral com seu ataque no Cauca e advertiu à guerrilha que ações como a da semana passada não são o caminho para exigir uma trégua bilateral e definitiva.

"Um cessar-fogo dessa natureza tem que ser sério, tem que ser verificável, e tem que ser pactuado na mesa nos termos do acordo geral, que é no que está trabalhando a subcomissão técnica" para o fim do conflito, acrescentou. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaAssassinatosColômbiaCrimeFarcGovernoMortes

Mais de Mundo

Ataque no Líbano deixa três brasileiros feridos, diz Itamaraty

Ambição espacial: sonda da China pousa com sucesso na face oculta da Lua

Bukele promete melhorar economia de El Salvador, mas com 'remédio amargo'

Nasa aborta lançamento de nave da Boeing 3 minutos antes da partida

Mais na Exame