Donald Trump: o pré-candidato republicano fez críticas ao presidente dos EUA, Barack Obama, de não ver a gravidade da situação (Rick Wilking/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2015 às 12h43.
Washington - O pré-candidato republicano Donald Trump reiterou nesta terça-feira a proposta de proibir a entrada de todos os muçulmanos nos Estados Unidos, apesar das várias críticas de seus rivais conservadores, dos democratas, de analistas e da imprensa americana.
Trump deu várias entrevistas às principais emissoras de televisão para defender sua proposta, lançada ontem por sua campanha, de impor um bloqueio "completo e total" à entrada de muçulmanos no país até que as autoridades "investiguem o que está passando".
Em entrevista à "ABC", o polêmico magnata disse que a medida seria "temporal". "Estamos em guerra", reiterou Trump.
Já na "CNN", o pré-candidato republicano fez críticas ao presidente dos EUA, Barack Obama, de não ver a gravidade da situação.
E previu que haverá vários outros atentados terroristas como o de 11 de setembro de 2011 "se isso não for resolvido".
"Há pessoas que querem explodir nossos edifícios, nossas cidades", alertou o magnata, que lidera a maioria das pesquisas de intenções de voto para a corrida republicana à Casa Branca.
Em outra entrevista, desta vez à emissora "MSNBC", Trump afirmou que sua proposta não é contrária aos valores americanos, ao compará-la com as "proclamações presidenciais" de Franklin D. Roosevelt durante a Segunda Guerra Mundial.
No entanto, afirmou que não propõe a criação de "campos de internamento" para os muçulmanos como os estabelecidos por Roosevelt para os americanos de origem japonesa após o ataque em Pearl Harbor.
A proposta de Trump foi feita depois do tiroteio da semana passada na cidade de San Bernardino, na Califórnia, realizada por um casal supostamente seguidor do Estado Islâmico (EI) e no qual morreram 14 pessoas.
As autoridades investigam esse massacre como um "ato de terrorismo", o pior em solo americano desde 11 de setembro de 2011.
Obama pediu aos cidadãos para não confundir os radicais de San Bernardino nem os jihadistas com os muçulmanos, que negam essa "ideologia de ódio".
Além disso, após os atentados terroristas do dia 13 de novembro em Paris, que provocaram 130 mortos, Trump propôs criar uma base de dados para monitorar todos os muçulmanos dos EUA, mas desistiu da ideia na sequência.