O ano de 2006 entrou para a história da  fabricante européia de aviões Airbus. O ambicioso projeto A380, o maior jumbo comercial do mundo, capaz de transportar até 853 passageiros, foi um dos responsáveis, junto com a reestruturação do grupo, pela dura constatação que ainda deve refletir no balanço de 2007 (no próximo ano): pela primeira vez em sua história a companhia  registrou prejuízo. O saldo negativo foi de 572 milhões de euros (aproximadamente 740 milhões de dólares).

Festejado durante o ano passado, o A380 é essencialmente o causador do impacto financeiro. Por dois anos o programa A380 teve dificuldades de concepção e por isso só a fatura do projeto chegou a atingir o custo de 2,5 bilhões de euros (cerca de 3,5 bilhões de dólares). Junto com isso, um imprevisto de 500 milhões de euros (aproximadamente 650 milhões de dólares) com o avião de longa distância A350, ampliou a gravidade do problema. Some-se a isso a aplicação extraordinária de 352 milhões de euros que a EADS, controladora da Airbus, teve de aplicar no programa do avião de transporte A400M (para cobrir riscos e problemas técnicos), e o ano de 2006 fechou com péssimos resultados.

Hoje, segundo o jornal The New York Times, os co-presidentes da EADS, Tom Enders e Louis Gallois, comunicaram que a aplicação do Power8 e a reestruturação da divisão da Airbus deve ser feita. "O Power8 nos permitirá uma integração mais eficaz", disseram. Eles também anunciaram que um dos planos de ajuste será a demissão de 10 mil funcionários na Europa.