Mundo

AIEA: situação em Fukushima é 'muito séria', mas não piorou

Segundo diretor-geral da agência, situação no reator 4 é a mais preocupante, já que não se sabe sobre o nível de água nos reservatórios

Explosão na central nuclear de Fukushima: reatores 1, 2 e 3 estão "relativamente" estáveis (AFP/Reprodução de TV)

Explosão na central nuclear de Fukushima: reatores 1, 2 e 3 estão "relativamente" estáveis (AFP/Reprodução de TV)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de março de 2011 às 15h39.

Viena - A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou nesta quinta-feira que a situação nos reatores danificados da usina nuclear japonesa de Fukushima continua sendo "muito séria", embora não tenha piorado desde quarta-feira.

Graham Andrew, assessor do diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, declarou à imprensa que a situação no reator 4 da usina é a "de maior preocupação", já que ainda não se sabe nada sobre o nível de água nos reservatórios de combustível nuclear.

Além disso, não foi informado nada sobre a temperatura da água nos reservatórios desde o dia 14 de março e os especialistas da AIEA não descartam que esteja fervendo.

Segundo os dados da agência nuclear da ONU, os reatores 1, 2 e 3 estão "relativamente estáveis", enquanto os níveis de água nos reservatórios de segurança nos reatores 5 e 6 "caíram", disse Andrew.

O especialista da AIEA advertiu que ainda é "cedo demais" para poder dizer se a situação em Fukushima poderá ser estabilizada.

"É provável que (a situação) não tenha piorado, mas ainda é possível que piore. Não quero especular", manifestou o assessor de Yukiya Amano, que se encontrava nesta quinta-feira a caminho do Japão.

Segundo Andrew, a AIEA recebe dados de radiação de 47 cidades japonesas, incluindo Tóquio, onde os níveis de contaminação seguem abaixo dos níveis perigosos para os seres humanos.

No entanto, alguns locais que se encontram a menos de 30 quilômetros da usina de Fukushima, a contaminação "aumentou de forma significativa" nas últimas 24 horas, com níveis de até 0,17 milisieverts por hora.

A exposição a 100 milisieverts por ano é o limite aceito pelos especialistas para considerar evidente o risco de desenvolver câncer.

Por outra parte, Elena Buglova, responsável pelo centro de Emergência e Incidentes da AIEA, confirmou que dois trabalhadores da usina adoeceram até o momento.

Segundo ela, as doenças não se devem só à radiação, mas possivelmente às explosões ocorridas na usina.

"É cedo demais para julgar a origem dos danos à saúde", precisou o especialista.

Apesar do sucedido no Japão, Andrew qualificou como "injusto" dizer que a AIEA foi complacente com os padrões de segurança desde a catástrofe de Chernobyl, em 1986.

"A energia nuclear tem um histórico invejável de segurança, se comparado com o número de mortes em outros setores energéticos", manifestou Andrew.

"O problema é que a probabilidade de ter um evento como este é relativamente baixa, mas as consequências podem ser muito grandes", acrescentou o especialista.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-nuclearesÁsiaEnergiaEnergia nuclearInfraestruturaJapãoPaíses ricos

Mais de Mundo

Republicanos exigem renúncia de Biden, e democratas celebram legado

Apesar de Kamala ter melhor desempenho que Biden, pesquisas mostram vantagem de Trump após ataque

A estratégia dos republicanos para lidar com a saída de Biden

Se eleita, Kamala será primeira mulher a presidir os EUA

Mais na Exame