Agricultura precisa crescer 60% até 2050 para cobrir consumo
A FAO e OCDE alertam, porém, que o aumento da produção terá de ser feito de maneira sustentável
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2012 às 10h33.
Roma - A produção agrícola mundial precisa crescer 60% antes de 2050 para cobrir as necessidades de alimentação de uma população mundial mais numerosa, mais urbana e mais rica, mas terá que fazê-lo de maneira sustentável, indicaram a FAO e a OCDE em um relatório publicado nesta quarta-feira.
Este crescimento implica produzir 1 bilhão de toneladas de cereais e 200 milhões de toneladas de carne a mais por ano em relação aos níveis de 2007, segundo o relatório de perspectivas agrícolas da Organização para a Alimentação e a Agricultura das Nações Unidas (FAO) e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Segundo as duas organizações, o crescimento de produção virá principalmente dos países emergentes, como Brasil, China, Indonésia, Tailândia, Rússia e Ucrânia, um aumento da produção que, no entanto, será menos importante que o dos últimos anos.
Nas últimas décadas, a produção agrícola mundial foi superior aos 2% anuais, mas, segundo as projeções do informe, se limitará no futuro a 1,7% por ano.
Apesar desta desaceleração, o crescimento da produção será superior ao crescimento demográfico, de modo que a produção por habitante siga aumentando 0,7% por ano, segundo a OCDE e a FAO.
"A mensagem principal é que a segurança alimentar continua sendo nossa prioridade", declarou o brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO. Segundo Graziano, as boas notícias na América Latina são que "a América do Sul, especialmente, está se convertendo em um grande celeiro" do mundo. "A produtividade também está crescendo" na região, comentou.
Estes cálculos não levam em conta o crescimento no setor de biocombustíveis, no qual os especialistas preveem a duplicação da produção mundial de bioetanol e de biodíesel antes de 2021, concentrada principalmente em Brasil, Estados Unidos e União Europeia, o que significa o uso de mais terras que não poderão ser utilizadas para produzir alimentos.
Segundo as projeções do relatório, o Brasil se tornará nos próximos anos o segundo produtor mundial de etanol e em 2021 o etanol brasileiro derivado da cana-de-açúcar representará 51 bilhões de litros, ou seja, 28% da produção mundial.
A FAO e a OCDE também advertem que o aumento da produção agrícola dos últimos anos, facilitado pelo aumento de terras cultivadas e pelo uso de fertilizantes, entre outros, não poderá manter o mesmo ritmo no futuro.
"Cerca de 25% de todas as terras agrícolas estão degradadas", segundo o relatório, que ressalta a necessidade de "melhorar o uso sustentável dos recursos disponíveis, como o solo, a água, os ecossistemas marinhos, os cardumes, as florestas e a biodiversidade".
O relatório da FAO e da OCDE também pede que a pesquisa seja reforçada para ajudar ainda mais as pequenas explorações agrícolas, mas também para reduzir as perdas e os resíduos e responder ao aumento da demanda.
Roma - A produção agrícola mundial precisa crescer 60% antes de 2050 para cobrir as necessidades de alimentação de uma população mundial mais numerosa, mais urbana e mais rica, mas terá que fazê-lo de maneira sustentável, indicaram a FAO e a OCDE em um relatório publicado nesta quarta-feira.
Este crescimento implica produzir 1 bilhão de toneladas de cereais e 200 milhões de toneladas de carne a mais por ano em relação aos níveis de 2007, segundo o relatório de perspectivas agrícolas da Organização para a Alimentação e a Agricultura das Nações Unidas (FAO) e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Segundo as duas organizações, o crescimento de produção virá principalmente dos países emergentes, como Brasil, China, Indonésia, Tailândia, Rússia e Ucrânia, um aumento da produção que, no entanto, será menos importante que o dos últimos anos.
Nas últimas décadas, a produção agrícola mundial foi superior aos 2% anuais, mas, segundo as projeções do informe, se limitará no futuro a 1,7% por ano.
Apesar desta desaceleração, o crescimento da produção será superior ao crescimento demográfico, de modo que a produção por habitante siga aumentando 0,7% por ano, segundo a OCDE e a FAO.
"A mensagem principal é que a segurança alimentar continua sendo nossa prioridade", declarou o brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO. Segundo Graziano, as boas notícias na América Latina são que "a América do Sul, especialmente, está se convertendo em um grande celeiro" do mundo. "A produtividade também está crescendo" na região, comentou.
Estes cálculos não levam em conta o crescimento no setor de biocombustíveis, no qual os especialistas preveem a duplicação da produção mundial de bioetanol e de biodíesel antes de 2021, concentrada principalmente em Brasil, Estados Unidos e União Europeia, o que significa o uso de mais terras que não poderão ser utilizadas para produzir alimentos.
Segundo as projeções do relatório, o Brasil se tornará nos próximos anos o segundo produtor mundial de etanol e em 2021 o etanol brasileiro derivado da cana-de-açúcar representará 51 bilhões de litros, ou seja, 28% da produção mundial.
A FAO e a OCDE também advertem que o aumento da produção agrícola dos últimos anos, facilitado pelo aumento de terras cultivadas e pelo uso de fertilizantes, entre outros, não poderá manter o mesmo ritmo no futuro.
"Cerca de 25% de todas as terras agrícolas estão degradadas", segundo o relatório, que ressalta a necessidade de "melhorar o uso sustentável dos recursos disponíveis, como o solo, a água, os ecossistemas marinhos, os cardumes, as florestas e a biodiversidade".
O relatório da FAO e da OCDE também pede que a pesquisa seja reforçada para ajudar ainda mais as pequenas explorações agrícolas, mas também para reduzir as perdas e os resíduos e responder ao aumento da demanda.