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Agentes acusados por morte de brasileiro se dizem inocentes

Quatro policiais australianos são acusados de agressão contra o estudante brasileiro que morreu após receber disparos de uma arma de choques elétricos


	Taser, pistola elétrica usada pela polícia australiana: Roberto Curti morreu depois de ser perseguido por mais de uma dezena de policiais que dispararam 14 vezes contra ele com um "taser"
 (Ethan Miller/Getty Images)

Taser, pistola elétrica usada pela polícia australiana: Roberto Curti morreu depois de ser perseguido por mais de uma dezena de policiais que dispararam 14 vezes contra ele com um "taser" (Ethan Miller/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2014 às 06h17.

Sydney - Os quatro policiais australianos acusados de agressão contra o estudante brasileiro Roberto Laudisio Curti, que morreu após receber disparos de uma arma de choques elétricos ("taser") durante uma perseguição em março de 2012 em Sydney, se declararam como inocentes das acusações nesta terça-feira.

"Meus clientes se declaram não culpados das acusações", disse o advogado Bill Madden em um tribunal de Sydney onde são julgados os agentes Chin Aun (Eric) Lim, Damien Ralph, Scott Edmondson e Daniel Barling.

A próxima audiência está programada para 25 de março, mas o comparecimento dos policiais não é obrigatório, informou o site do jornal "Sydney Morning Herald".

Em dezembro do ano passado, a Comissão de Integridade da Polícia da Austrália anunciou sua decisão de acusar Lim e Ralph por agressão, e Edmondson e Barling por agressão com o agravante de lesão corporal.

A decisão foi tomada depois que a promotoria do estado de Nova Gales do Sul recomendou que os agentes fossem indiciados por considerar que existem provas suficientes para sua acusação, após a avaliação de um relatório da própria comissão policial.

Roberto morreu depois de ser perseguido por mais de uma dezena de policiais que dispararam 14 vezes contra ele com um "taser", pouco depois de terem recebido uma denúncia de um roubo de dois pacotes de biscoito em uma loja de conveniência no centro de Sydney.

Antes do incidente, o estudante brasileiro, de 21 anos, teve um surto psicótico e estava correndo pelo centro da cidade após ter consumido a droga LSD.

Um relatório do médico legista sobre a morte de Roberto determinou em novembro de 2012 que os agentes agiram de forma brutal, imprudente e perigosa ao efetuar a prisão do jovem utilizando armas elétricas e spray de pimenta.

Outro relatório do escritório da Defensoria Pública de Nova Gales do Sul divulgado em fevereiro criticou a investigação sobre a morte do brasileiro por esta não ter identificado, nem abordado adequadamente, a suposta negligência policial.

As pistolas elétricas, que causam descargas de 400 volts, são utilizadas pelas forças de segurança em países como Austrália, Reino Unido e Estados Unidos em situações que não justifiquem o uso de armas de fogo.

No entanto, organizações como a Anistia Internacional denunciam que os "tasers" já causaram dezenas de mortes e, além disso, podem ser utilizadas como uma forma de tortura. EFE

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