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Afeganistão classifica de inaceitável relatório da ONU

As mais de 11 mil vítimas, como a ONU denomina os mortos e feridos no conjunto, representam um aumento de 4% em relação aos registros do ano anterior

Afeganistão: "Os números publicados no relatório não são nem precisos nem aceitáveis pelo governo afegão" (Ahmad Masood / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2016 às 08h10.

Cabul - O governo do Afeganistão rotulou de inaceitável o relatório da missão da ONU no Afeganistão (Unama) sobre as vítimas civis no país em 2015, que bateu um novo recorde, por considerar que ele não cobriu todas as regiões, nem responsabilizou ninguém por uma porcentagem importante de vítimas.

"Os números publicados no relatório não são nem precisos nem aceitáveis pelo governo afegão", declarou hoje o porta-voz do chefe do governo de Afeganistão, Javid Faiçal, em relação ao estudo da ONU divulgado no domingo em Cabul.

A Unama apresentou ontem seu relatório anual de vítimas civis no conflito afegão, assinalando que 2015 voltou a bater um novo recorde, ao registrar 3.545 mortos e 7.457 feridos, números que superam todas as anotações desde que começou a ser contabilizado, em 2009.

As mais de 11 mil vítimas, como a ONU denomina os mortos e feridos no conjunto, representam um aumento de 4% em relação aos registros do ano anterior.

O relatório responsabilizou atores antigovernamentais, especialmente os talibãs, por 62% das vítimas, e grupos pró-governo, entres eles Forças de Segurança e tropas internacionais por 17%, mas não identificou os responsáveis em outros 17% dos casos.

O gabinete do presidente afegão, Ashraf Ghani, reagiu ao relatório lamentando que "não represente o panorama completo" das vítimas civis no conflito afegão, ao excluir 12 províncias.

Embora "mais uma vez (o relatório) confirme o horroroso alto preço que os afegãos estão pagando como resultado do conflito, aos quais as ações dos talibãs e de outros grupos terroristas estão negando a possibilidade de viver em paz", disse o governo.

Faiçal afirmou que a Unama só usou os dados de 12 das províncias mais inseguras, quando os talibãs perpetraram ataques suicidas e com bombas em 24 províncias, das 34 do país, "a maioria em cidades".

"Se a Unama tivesse coberto as 24 províncias, então a parcela de vítimas atribuídas aos talibãs, que agora é de 62%, poderia ter chegado a 70% ou 80%", afirmou o porta-voz.

Além disso, argumentou Faiçal, "outro problema do relatório" da Unama é o de não atribuir 17% das vítimas civis a uma das partes em conflito, "o que torna muito difícil acreditar nos dados" proporcionados.

A guerra no Afeganistão, que começou em 2001 com a invasão americana e a derrocada dos talibãs, atravessa um de seus períodos mais violentos, mas ao mesmo tempo o governo afegão e aliados tentam iniciar um diálogo de paz com os insurgentes.

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Cabul - O governo do Afeganistão rotulou de inaceitável o relatório da missão da ONU no Afeganistão (Unama) sobre as vítimas civis no país em 2015, que bateu um novo recorde, por considerar que ele não cobriu todas as regiões, nem responsabilizou ninguém por uma porcentagem importante de vítimas.

"Os números publicados no relatório não são nem precisos nem aceitáveis pelo governo afegão", declarou hoje o porta-voz do chefe do governo de Afeganistão, Javid Faiçal, em relação ao estudo da ONU divulgado no domingo em Cabul.

A Unama apresentou ontem seu relatório anual de vítimas civis no conflito afegão, assinalando que 2015 voltou a bater um novo recorde, ao registrar 3.545 mortos e 7.457 feridos, números que superam todas as anotações desde que começou a ser contabilizado, em 2009.

As mais de 11 mil vítimas, como a ONU denomina os mortos e feridos no conjunto, representam um aumento de 4% em relação aos registros do ano anterior.

O relatório responsabilizou atores antigovernamentais, especialmente os talibãs, por 62% das vítimas, e grupos pró-governo, entres eles Forças de Segurança e tropas internacionais por 17%, mas não identificou os responsáveis em outros 17% dos casos.

O gabinete do presidente afegão, Ashraf Ghani, reagiu ao relatório lamentando que "não represente o panorama completo" das vítimas civis no conflito afegão, ao excluir 12 províncias.

Embora "mais uma vez (o relatório) confirme o horroroso alto preço que os afegãos estão pagando como resultado do conflito, aos quais as ações dos talibãs e de outros grupos terroristas estão negando a possibilidade de viver em paz", disse o governo.

Faiçal afirmou que a Unama só usou os dados de 12 das províncias mais inseguras, quando os talibãs perpetraram ataques suicidas e com bombas em 24 províncias, das 34 do país, "a maioria em cidades".

"Se a Unama tivesse coberto as 24 províncias, então a parcela de vítimas atribuídas aos talibãs, que agora é de 62%, poderia ter chegado a 70% ou 80%", afirmou o porta-voz.

Além disso, argumentou Faiçal, "outro problema do relatório" da Unama é o de não atribuir 17% das vítimas civis a uma das partes em conflito, "o que torna muito difícil acreditar nos dados" proporcionados.

A guerra no Afeganistão, que começou em 2001 com a invasão americana e a derrocada dos talibãs, atravessa um de seus períodos mais violentos, mas ao mesmo tempo o governo afegão e aliados tentam iniciar um diálogo de paz com os insurgentes.

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