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Advogado processa Elizabeth II por diamante

Advogado paquistanês processou a rainha da Inglaterra para que entregue a joia ao Paquistão


	Rainha Elizabeth: o diamante Koh-i-Noor é um dos maiores diamantes polidos do mundo, e hoje está na coroa da rainha
 (REUTERS/Alastair Grant/Pool)

Rainha Elizabeth: o diamante Koh-i-Noor é um dos maiores diamantes polidos do mundo, e hoje está na coroa da rainha (REUTERS/Alastair Grant/Pool)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2015 às 15h36.

Islamabad - Após enviar no último meio século 786 cartas em vão à rainha Elizabeth II e pedir a ela e à ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher o retorno do diamante Koh-i-Noor ao Paquistão, um advogado paquistanês processou a rainha da Inglaterra para que entregue a joia.

"Coloquei a questão do diamante pela primeira vez em 1958. Discuti pessoalmente com a rainha em reunião em 1962. Em 1985 falei disso com a então primeira-ministra Margaret Thatcher. Após fazer todos estes esforços sem resultado apresentei finalmente o processo", disse nesta sexta-feira à Agência Efe Jawaid Iqbal Jafree.

O Koh-i-Noor, que significa Montanha de Luz em urdu, é um dos maiores diamantes polidos do mundo, e hoje está na coroa da rainha, exposta na Torre de Londres, depois de a Companhia Britânica das Índias Orientais adquirir a joia de 106 quilates em 1850 da então Índia Britânica.

Quando a rainha Victoria foi proclamada Imperatriz da Índia em 1877, o diamante se tornou parte das Joias da Coroa Britânica.

Em seu processo o advogado argumentou que o Koh-i-Noor foi adquirido "sem legitimidade em um ato ilegal, realizado pela força e sem justificativa pela lei ou pela ética", o que o passar do tempo "não transforma em correto".

Apesar de só ter obtido uma resposta das 786 cartas enviadas à Elizabeth II, Iqbal não guarda rancor da soberana de 89 anos, a quem considera "a melhor rainha de todos os tempos".

O advogado paquistanês, também pintor, indicou que não quer que o diamante seja devolvido agora, mas depois da morte ou da abdicação da rainha.

Um porta-voz do Alto Tribunal de Lahore (Paquistão), onde o caso foi apresentado na quarta-feira, disse à Agência Efe que tinham devolvido o pedido ao advogado por "pequenas objeções de forma".

Ele respondeu que fará as mudanças necessárias e o devolverá à corte, em mais amostra de sua perseverança.

O pedido do advogado e artista pode pegar mal também na vizinha Índia, arquinimiga do Paquistão, que pediu várias vezes a devolução da joia.

Os antigos colonizadores pegaram o diamante na província do Punjab, então parte da Índia Britânica, dividida entre a Índia e o Paquistão em 1947, países que se imiscuíram em três guerras desde sua independência.

O advogado paquistanês afirmou que o diamante - sobre o qual existe uma lenda que diz que é maldito, já que a maioria dos que o possuíram encontraram um final trágico - deve ser devolvido ao Paquistão, já que foi tomado pelos britânicos quando a capital do Punjab não dividido era Lahore, hoje em território paquistanês.

Mas muitas coisas teriam que mudar para que o Reino Unido devolva a joia, já que o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse a uma televisão indiana em 2013 que o diamante permaneceria em Londres, pois se fosse devolvido chegariam outras reivindicações de outros países, o que "esvaziaria o Museu Britânico". 

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