Trump: o advogado afirmou que o presidente "não confabulou com os russos" (Chris Kleponis/Getty Images)
EFE
Publicado em 17 de janeiro de 2019 às 09h16.
Washington - Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova York e advogado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não descartou nesta quinta-feira que pessoas que tenham trabalhado para a campanha eleitoral do agora governante antes dos pleitos presidenciais de 2016 tenham colaborado com a Rússia.
"Nunca disse que não tenha existido colaboração entre a campanha ou gente da campanha (e a Rússia)", disse Giuliani em entrevista à emissora de televisão "CNN" ao ser perguntado sobre a relação entre a campanha de Trump e o Kremlin.
No entanto, Giuliani assegurou que "Trump não confabulou com os russos".
"Não há nem uma só evidência de que o presidente dos Estados Unidos tenha cometido o único crime que alguém poderia cometer neste caso, conspirando com os russos para piratear o Comitê Nacional Democrata", acrescentou o advogado.
Giuliani fez estas declarações no momento em que o promotor especial Robert Mueller está a ponto de acabar sua investigação sobre a chamada "trama russa" e, previsivelmente, informar publicamente seus resultados.
Mueller investiga desde maio de 2017, de maneira independente do governo, os possíveis laços entre membros da campanha de Trump e o Kremlin, o qual as agências de inteligência acusam de interferir no pleito de 2016 a favor do candidato republicano, além de atribuir-lhe o suposto crime de obstrução à Justiça.
Trump criticou de maneira reiterada esta investigação como "uma caça às bruxas" sem fundamento algum.
Na entrevista à "CNN", Giuliani foi perguntado sobre o fato de o ex-chefe da campanha eleitoral de Trump, Paul Manafort, supostamente ter compartilhado dados de pesquisas da campanha de 2016 com Konstantin Kilimnik, um russo que o FBI acredita que tem vínculos com a inteligência da Rússia.
"Os dados das pesquisas são passados a todo o mundo", se limitou a dizer Giuliani a respeito.
Manafort supostamente trabalhou entre 2006 e 2017 para governos estrangeiros, incluindo o Executivo pró-Rússia do presidente ucraniano Víktor Yanukovich (2010-2014) e para oligarcas russos, aos quais ajudou a melhorar sua imagem em Washington sem comunicar às autoridades, o que constitui um crime.
O caso de Manafort, de 69 anos, se uniu em setembro do ano passado a outras declarações de culpabilidade assinada por outros membros da equipe eleitoral de Trump no marco da trama russa e à do ex-advogado pessoal do atual presidente americano, Michael Cohen, que lhe envolveu em supostos crimes de violação das normas de campanha de 2016.