Tristane Banon acusa Strauss-Kahn de ter tentado estuprá-la durante uma entrevista para um livro que ela estava escrevendo. (AFP / Fred Dufour)
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2011 às 15h28.
Paris - O advogado da jornalista e escritora francesa Tristane Banon, cuja denúncia por tentativa de estupro contra Dominique Strauss-Kahn foi arquivada esta semana, disse neste domingo que aconselhou sua cliente a desistir de denunciar o político pela via civil.
Este anúncio foi feito ao mesmo tempo em que o próprio Strauss Kahn comunicou que deseja fazer uma declaração sobre um caso na cidade de Lille, no qual seu nome é citado como suposto cliente de uma rede de prostituição.
David Koubbi, advogado de Tristane, declarou ao canal de televisão 'M6' que aconselhou a jornalista para que desista de um segundo processo contra o político. Na quinta-feira, Koubbi tinha anunciado que trataria com sua cliente a possibilidade de dar outros passos na Justiça.
Quando perguntado sobre a possibilidade de que Tristane represente uma parte civil nos próximos dias, o advogado disse apenas: 'não foi a instrução que recebi'. 'Não vamos deixar o 'ringue' se Strauss-Kahn ainda está nele. Se ele se desculpasse, acho que ela veria as coisas de outra maneira', acrescentou.
No dia 13 de outubro a promotoria de Paris anunciou o arquivamento da denúncia apresentada pela jornalista por considerar que não existem provas para acusar Strauss-Kahn de tentativa de estupro, mas que encontraram na investigação 'fatos que podem ser qualificados como agressão sexual'.
Desta forma, dois meses e meio depois de escapar da acusação de tentativa de estupro por uma empregada do hotel Sofitel de Nova York, o ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) também saiu livre na França.
Ao conhecer a decisão da promotoria, o advogado de Tristane declarou que sua cliente se dividia entre a alegria de ver reconhecida a existência de um delito e a decepção de não ver preso seu agressor.
Quanto ao caso de Lille, Strauss-Kahn declarou que quer ser ouvido. Seu advogado Henri Leclerc comunicou que seu cliente quer 'pôr fim às insinuações e extrapolações perigosas e, mais uma vez, mal-intencionadas'.
Três diretores do hotel Carlton já foram detidos por sua relação com uma rede de prostituição em Lille, o que resultou na ordem de fechamento desse hotel e de outros dois.