Mundo

Adversária de Milei entra na Justiça contra ele e o acusa de mentir

Patrícia Bullrich foi acusada de ter colocado bombas em jardim de infância e de integrar guerrilha, o que ela nega

Javier Milei, candidato à Presidência da Argentina, durante debate (Tomas Cuesta/Getty Images)

Javier Milei, candidato à Presidência da Argentina, durante debate (Tomas Cuesta/Getty Images)

Publicado em 5 de outubro de 2023 às 10h54.

Javier Milei, candidato ultraliberal à Presidência da Argentina, se tornou alvo de uma ação na justiça criminal, nesta quarta-feira (4), iniciada por sua adversária Patricia Bullrich, de centro-direita, por ele ter acusado ela de colocar bombas em jardins de infância e de pertencer à guerrilha Montoneros nos anos 1970.

“Você sabe que mentiu. O denunciei para que a verdade seja conhecida. Não vale tudo por um voto na vida, sobretudo algo grave que afeta a mim, minha família e meus netos. Devemos concorrer sem mentir”, disse Bullrich, candidata do Juntos pela Mudança, na rede X, antigo Twitter.

Milei havia dito em entrevista na televisão que Bullrich “era uma montonera atiradora de bombas”. “Colocou bombas em jardins de infância, participava de uma organização terrorista”, declarou o candidato do Liberdade Avança, apontado pelas pesquisas como favorito para o primeiro turno das eleições presidenciais de 22 de outubro.

"Javier Milei ultrapassou o âmbito do exercício do direito à liberdade de expressão", afirma o texto de uma das denúncias de Bullrich, publicado pela Infobae. As manifestações do deputado e candidato "tiveram como objeto não apenas obter uma vantagem eleitoral baseada em mentiras, como também incitar a geração de ódio por razões políticas e destruir ou prejudicar o exercício de meus direitos políticos e, ao mesmo tempo, a igualdade de tratamento na esfera da discussão democrática".

Argentine presidential candidate for the Juntos por el Cambio party, Patricia Bullrich, speaks during the event

Patricia Bullrich, candidata à Presidência da Argentina (Luis Robayo/AFP/Getty Images)

Bullrich, hoje com 67 anos, foi militante da Juventude Peronista, mas nega ter feito parte do grupo guerrilheiro Montoneros, do qual seu cunhado Rodolfo Galimberti foi um líder de destaque. A organização entrou na clandestinidade em 1974, sob o governo democrático de Isabel Perón.

Nas primárias partidárias de 13 de agosto, o partido de Milei foi o mais votado (30%) seguido pelo Juntos pela Mudança, de Bullrich (28%) e a formação no poder, o União pela Pátria, pelo qual concorre o ministro da Economia, Sergio Massa (27%).

Segundo um compilado das últimas pesquisas divulgadas entre o fim de agosto e 1º de outubro, elaborado pelo jornal El País, Milei tem atualmente 35,3% dos votos, contra 30% de Massa e 25,9% de Bullrich.

Com AFP.

Acompanhe tudo sobre:Argentina

Mais de Mundo

Pelo menos seis mortos e 40 feridos em ataques israelenses contra o Iêmen

Israel bombardeia aeroporto e 'alvos militares' huthis no Iêmen

Caixas-pretas de avião da Embraer que caiu no Cazaquistão são encontradas

Morre o ex-primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, aos 92 anos