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Acusados de estuprar indiana planejaram caça, diz polícia

Segundo polícia, cinco homens e um adolescente reuniram-se em uma casa e formularam o plano para encontrar um alvo


	Manifestante acende velas em apoio a uma mulher vítima de estupro na Índia: acusados "decidiram antes do tempo" que iriam procurar uma mulher
 (Edgar Su/Reuters)

Manifestante acende velas em apoio a uma mulher vítima de estupro na Índia: acusados "decidiram antes do tempo" que iriam procurar uma mulher (Edgar Su/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2013 às 11h26.

Nova Délhi - A gangue acusada do estuprar e assassinar uma estudante de fisioterapia indiana tinha o objetivo de encontrar uma mulher para estuprar e matar, e terminou a noite com sangue nas roupas, disse um relatório da polícia obtido pela Reuters.

Cinco homens, juntamente com um adolescente que alega ser menor de 18 anos, reuniram-se para jantar em uma casa em uma favela no sul de Délhi, na noite de 16 de dezembro, e formularam o plano para encontrar um alvo, de acordo com o dossiê entregue ao tribunal pela acusação.

Os acusados "decidiram antes do tempo" que iriam procurar uma mulher e "pretendiam matá-la", diz o relatório da polícia.

O arquivo, que conta com mais de 600 páginas, contém as provas da acusação sobre o caso, incluindo evidências periciais contra os homens, confissões, declarações de testemunhas e relatórios médicos.

No entanto, os advogados de defesa designados pelo tribunal na quinta-feira disseram que o caso da acusação é marcado por falhas na investigação. A defesa ainda não apresentou sua resposta ao dossiê da acusação.

O tribunal que julga o caso tomou conhecimento do documento da polícia, chamado de folha de acusação, no sábado. Sob a lei indiana, assim que um tribunal toma conhecimento da folha de acusação, ela se torna um registro público.

A quadrilha embarcou em um ônibus que o suposto líder da gangue, Ram Singh, dirigia diariamente para transportar crianças para a escola, e saiu em busca de uma vítima. Eles encontraram a estudante acompanhada por um amigo que estava procurando um transporte para casa depois de assistir ao filme "As Aventuras de Pi" em um shopping, de acordo com o relatório apresentado ao tribunal.


A polícia prendeu Singh no dia seguinte, depois de rastrear o ônibus usando imagens da câmera de segurança de um hotel. Ele ainda estava vestindo uma camiseta manchada com o sangue da vítima e "em interrogatório sustentado", confessou e levou a polícia a seus cúmplices, apontou o relatório da polícia.

Os outros acusados são o irmão de Singh, Mukesh, Akshay Kumar Singh, conhecido como Thakur, Pawan Gupta e Vinay Sharma, sendo que todos devem alegar inocência quando o julgamento começar. Mukesh Singh afirma que ele foi torturado enquanto estava sob custódia policial, disse seu advogado na quinta-feira.

Um sexto membro da quadrilha, um adolescente, está sendo processado como juvenil, ainda não foi acusado oficialmente e será julgado separadamente. A polícia está conduzindo testes nos ossos para determinar sua idade já que suspeita que ele possa ter mais de 18 anos.

Depois de ser pego pela polícia, Ram Singh entregou duas barras de ferro ensanguentadas do ônibus, que tinham sido utilizadas para bater na vítima e em seu amigo, e foram inseridas no corpo dela, causando danos maciços aos órgãos, afirmou o relatório.

Segundo o dossiê da polícia, os acusados apagaram as luzes e se revezaram dirigindo o ônibus, enquanto dois homens seguraram a mulher e o outro a estuprou. Ela sofreu mordidas em várias partes do seu corpo, mas também revidou e conseguiu morder seus agressores.

Depois de retirar parte do intestino da vítima e jogar ela e o companheiro do veículo em movimento, eles tentaram passar com o ônibus por cima dela, mas seu companheiro puxou-a para longe, afirmou o relatório.

Ambos foram largados "gravemente feridos e sangrando" em um viaduto no sul de Délhi e foram encontrados nus por um trabalhador da estrada que deu ao homem uma camisa e chamou a polícia.

A vítima, a quem Reuters optou por não mencionar o nome porque a lei indiana geralmente proíbe, morreu em um hospital de Cingapura de infecção e "falência múltipla de órgãos" duas semanas após o crime.

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