Ações de grupo radical nigeriano atingem Camarões
No norte da Nigéria, que sofre quase diariamente com atentados do Boko Haram, duas mulheres-bomba atacaram a cidade de Kano nesta segunda
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2014 às 16h51.
Yaoundé - Quinze pessoas morreram em Camarões em um ataque na cidade de Kolofota (norte) atribuído aos islamitas nigerianos do Boko Haram, que têm intensificado os ataques dos dois lados da fronteira.
Além do ataque mortal, supostos membros do grupo extremista sequestraram vários habitantes da região, incluindo a esposa de um vice-primeiro-ministro.
"Contamos 15 mortos, entre os quais dois policiais e um soldado. Doze pessoas foram sequestradas", informou uma fonte policial que participou das operações lançadas após esse ataque.
No norte da Nigéria , que sofre quase diariamente com atentados do Boko Haram, duas mulheres-bomba atacaram a cidade de Kano nesta segunda.
O primeiro atentado ocorreu em uma fila de espera formada por mulheres que compravam combustível na periferia de Kano, maior cidade do norte do país.
Já o segundo ataque, cometido em um centro comercial, deixou seis pessoas feridas.
No domingo, pelo menos cinco pessoas morreram e oito ficaram feridas em um atentado com bomba contra uma igreja de Kano, enquanto a polícia conseguiu evitar outros dois atentados suicidas.
Em Camarões, a magnitude do ataque de Kolofata chocou a população.
"A barbárie cruzou as nossas fronteiras", declarou em um comunicado o ministro camaronês de Comunicação e porta-voz do governo, Issa Tchiroma Bakary.
Domingo, dois ataques simultâneos em Kolofota, cidade próxima à fronteira com a Nigéria, tiveram como alvos a residência local do vice-primeiro-ministro encarregado das relações com o Parlamento, Amadou Ali, e o palácio do sultão de Kolofata, Seiny Bukar Lamine. Amadou Ali teve a esposa sequestrada, enquanto, na outra ação, homens armados levaram Lamine, sua esposa e cinco filhos.
A situação é tensa no extremo norte de Camarões, onde os extremistas islâmicos nigerianos multiplicam os ataques contra militares e civis.
O Boko Haram considera esta região fronteiriça com a Nigéria um refúgio e uma zona propícia para sequestros de estrangeiros e para a chegada de armas e explosivos.
Na sexta-feira, um tribunal militar camaronês condenou, pela primeira vez em audiência pública, quatorze membros do Boko Haram a penas que variam de dez a 20 anos de prisão.