Hora do Planeta: ação busca conscientizar a população sobre os problemas ambientais que assolam o Planeta. (Divulgação)
Vanessa Barbosa
Publicado em 19 de março de 2016 às 07h16.
São Paulo - Está chegando a hora de ficar no escuro. A sexta edição da Hora do Planeta convoca todos a apagarem as luzes durante uma hora neste sábado, 19 de março, das 20h30 às 21h30.
Capitaneado pelo grupo WWF, o ato simbólico pretende conscientizar a população sobre problemas ambientais que a humanidade enfrenta e sinalizar aos governantes sobre a necessidade urgente de agir contra o aquecimento global e a desigualdade do acesso à energia.
A edição 2016 do evento que acontece em centenas de cidades do mundo traz uma mensagem de urgência. Não é por menos.
O ano passado foi o mais quente já registrado na história, mas foi também o ano em que os países se reuniram em torno de um acordo para frear as emissões globais de gases de efeito estufa, durante a COP21, em Paris.
Num momento em que o mundo precisa adotar ações mais enérgicas, a Hora do Planeta traz um mote que resume bem o intento: "Faça brilhar uma luz sobre as ações contra as mudanças climáticas e construa as bases para um futuro melhor para as próximas gerações."
A campanha começou em 2007 a partir de uma iniciativa da cidade de Sidney, na Austrália, e vem crescendo para se tornar a maior ação voluntária do planeta.
No ano passado, a Hora do Planeta aconteceu no dia 28 de março e, no Brasil, apagou as luzes de 626 ícones, reunindo mais de 4 mil pessoas em seu evento oficial na praia de Ipanema, no Rio de Janeiro.
A adesão de 185 municípios – incluindo todas as capitais e o Distrito Federal – marcou um novo recorde de participação de cidades brasileiras e foi a maior desde que a campanha começou a ser realizada no Brasil, em 2009.
Veja abaixo algumas razões para ficar no escuro também:
1. Em pleno século 21, nada menos do que 1,5 bilhão de pessoas ainda vivem sem energia elétrica no mundo.
2. Sem eletricidade, comunidades inteiras recorrem a lampiões de querosene, uma invenção de mais de 200 anos, cuja fumaça é altamente tóxica à saúde — a prática mata 1,5 milhão de pessoas por ano só no continente africano.
3. Enquanto isso, a demanda de energia não para de subir no mundo. Entre 2010 e 2035, o consumo mundial de eletricidade pode aumentar em 33%. Com isso, as emissões globais de gases efeito estufa poderá crescer até 20%, o que deve intensificar o aquecimento do planeta e, por tabela, as mudanças climáticas.
4. O ano de 2015 foi, de longe, o mais quente no planeta desde que começaram os registros de temperatura no final do século XIX.
5. Desde 1997, 16 dos 18 anos que se seguiram foram os mais quentes, desde que os registros de temperatura começaram, em 1880.
6. Respiramos de mal a pior. A poluição do ar nas grandes cidades tem alcançado níveis nada seguros para a saúde humana. Apenas 12% de todas as pessoas do planeta respiram um ar de boa qualidade, segundo estudo recente da Organização Mundial de Saúde (OMS).
7. Ainda hoje, cerca de 748 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a uma fonte segura de água potável. É quase um em cada 7 habitantes do globo sem água limpa e segura.
8. As catástrofes naturais, cada vez mais frequentes, mataram cerca de 600 mil pessoas em 20 anos, segundo a ONU. E as mudanças climáticas trazem mais eventos extremos, que causam perdas humanas e materiais.
9. Pelos cálculos da ONU, até 2050 (quando seremos 9,6 bilhões de pessoas), se o ritmo e o padrão de consumo e produção atuais não mudarem, precisaremos de três planetas para sustentar a população.