65 anos da bomba atômica em Hiroshima
O ataque matou 140 mil pessoas e iniciou o debate sobre o uso das armas nucleares
Da Redação
Publicado em 6 de agosto de 2010 às 16h14.
Na manhã do dia 6 de agosto de 1945, o mundo conheceu o poder de destruição de uma bomba atômica. A cidade japonesa de Hiroshima foi alvo do primeiro ataque nuclear da história, realizado pelos Estados Unidos, matando milhares de pessoas instantaneamente e outras lentamente, em decorrência dos efeitos da radiação.
A Segunda Guerra Mundial estava em curso desde 1939. Na Europa, a Inglaterra e a União Soviética tentavam conter as forças nazi-fascistas, enquanto os Estados Unidos reuniram suas forças para combater o Japão imperialista. O governo americano buscava revidar o ataque japonês à base de Pearl Harbor em 1941. Após dar ao Japão um ultimato de rendição sem obter resposta, os americanos lançaram sobre Hiroshima a bomba "Little Boy", transportada e disparada pelo bombardeiro B-29, apelidado Enola Gay e comandado pelo piloto Paul Tibbets.
Passados apenas 57 segundos do lançamento, a 600 metros do solo, a bomba explodiu, liberando 15 quilotons de carga - o equivalente a 15 mil toneladas de TNT -, em uma onda de calor e choque que pulverizou instantaneamente 11 quilômetros quadrados a partir de seu epicentro. Além das 70 mil pessoas mortas no momento da explosão, o número de vítimas dobraria em questão de horas, devido aos graves ferimentos causados por queimaduras e soterramentos. Nos meses e anos que se seguiram, o Japão viu seus milhares de hibakusha - como foram chamados os sobreviventes da bomba atômica - morrerem em decorrência da radiação.
Três dias depois do ataque, os americanos lançaram a segunda bomba contra o porto de Nagasaki, que deixou 70.000 mortos. Ao ver seu país destruído, o imperador Hiroito assinou a rendição japonesa, no dia 14 de agosto. A saída do conflito trouxe o fim da Segunda Guerra, mas marcou para sempre a história mundial, colocando em dúvida o uso deste novo artefato militar.
Após o desastre, Hiroshima construiu museus e memoriais para honrar as vítimas. O local do epicentro da explosão abriga hoje o Parque Memorial da Paz, idealizado pelo renomado arquiteto japonês Kenzo Tange. Às margens do rio Motoyasu, onde foram criados os jardins, encontra-se a Cúpula Genbatsu, uma estrutura que resistiu às explosões, tornando-se um marco na cidade e para os sobreviventes. O complexo conta ainda com um museu, que mostra as ruínas e os objetos que sobraram, como um relógio com os ponteiros parados na hora da explosão, às 8h15 da manhã. O parque tornou-se patrimônio mundial da Unesco, em 1996.
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