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1. Legado inoportuno
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São Paulo - Construir um novo estádio para sediar competições internacionais nem sempre é um bom negócio para o país sede. É o que comprova um estudo feito Instituto Dinamarquês para estudos dos Esportes e pela organização Play the Game. A pesquisa avalia 75 estádios construídos para mega eventos, como a
Copa do Mundo, as Olimpíadas, os Jogos Pan-americanos e grandes campeonatos regionais. A medida de sucesso – ou fracasso – é a capacidade de utilizar bem os estádios após os eventos. O Estádio Olímpico João Havelange – mais conhecido como Engenhão –, erguido para sediar competições dos Jogos Pan-americanos de 2007, foi uma das arenas avaliadas no estudo. A conclusão é de que hoje, com o Maracanã em obras, ele tem um bom aproveitamento. Mas quando a reforma terminar e o estádio passar a sediar apenas os jogos do Botafogo, a coisa muda bastante de figura. A pesquisa aponta ainda que as reformas e construções estádios para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas – “uma maneira questionável de investir dinheiro público” em um país que ainda tem sérios problemas sociais, na opinião dos autores do estudo - podem deixar outros elefantes brancos na mão do Brasil. Clique nas fotos para conhecer os cinco estádios com pior retorno para os países que os construíram.
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2. Estádio Olímpico de Nagano (Japão)
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Construído para os Jogos de Inverno de 1998, o estádio custou 107 milhões de dólares e tem capacidade para 30 mil pessoas. Após o evento, o estádio passou a ser usado principalmente para jogos de beisebol profissionais e amadores. O principal time a utilizar a arena é o Shinano Grandserows que, ao longo de toda a temporada, conseguiu levar apenas 18 mil torcedores ao estádio.
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3. Estádio de Miyagi (Japão)
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Com capacidade para mais de 49 mil torcedores e custo de 318 milhões de dólares, o estádio foi construído para a Copa do Mundo de 2002. O estádio sediou apenas três partidas durante a Copa e, ao longo de todo o ano de 2010, recebeu menos de 74 mil torcedores. Um dos motivos para a falta de público é que os dois maiores times da região escolheram outros estádios mais antigos para sediar seus jogos.
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4. Khalifa International Stadium (Catar)
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Capaz de acomodar até 50 mil pessoas, o estádio custou 128 milhões de dólares. Foi construído em Doha, para sediar eventos dos Jogos Asiáticos de 2006. Ao longo de todo o ano de 2010, recebeu apenas 90 mil torcedores. O estádio deve ser melhor aproveitado no futuro, durante os Jogos de Verão de 2020 e a Copa do Mundo de 2022, mas, para isso, vai precisar de reformas. A falta de um time “âncora”, que use o estádio como sua arena principal, prejudica o desempenho do estádio.
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5. Estádio Municipal de Aveiro (Portugal)
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A prefeitura de Aveiro investiu a maior parte dos 83 milhões de dólares necessários para construir o estádio que sediou partidas da Eurocopa de 2004, mas o retorno tem ficado aquém do desejável. Com capacidade para mais de 30 mil pessoas, recebeu, ao longo de 2010, apenas 59 mil torcedores. A prefeitura gasta 5,3 milhões de dólares por ano para manter o estádio, que deu prejuízo entre 2005 e 2008. Um dos motivos por trás do fraco desempenho do estádio foi o rebaixamento do Sport Clube BeiraMar, time âncora da arena, que passou três temporadas mal das pernas, recebendo apenas 1,6 mil torcedores por partida. Mesmo com o time tendo subido de divisão, não há demanda suficiente para explorar toda a capacidade do estádio, por isso a prefeitura – que já tentou passar a arena para frente, sem sucesso – cogita demolir tudo e construir um estádio menor no futuro.
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6. Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal)
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Outro estádio português que enfrentou problemas financeiros após a realização da Eurocopa é o Dr. Magalhães Pessoa. Com custo de construção de 121 milhões de dólares – quase o dobro do orçamento previsto –, tem capacidade para mais 23 mil pessoas, mas recebeu apenas 64 mil espectadores em 2010. Para ser mantido, o estádio consome cerca de 8% de todo o orçamento anual do município de Leiria. A prefeitura tentou vender o estádio, sem sucesso, e tem dívidas pendentes que lhe renderam até um processo. Na temporada 2011/2012, os problemas devem se agravar ainda mais, já que o time da casa, União Desportiva de Leiria, se recusou a pagar o aluguel de 23 mil dólares por partida e transferiu seus jogos para outro estádio menor.