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Cúpula Rússia-África: Líderes africanos devem pressionar Putin por plano de paz na Ucrânia

Os países africanos se preocupam com as consequências da guerra, especialmente sobre o impacto provocado nos preços dos alimentos

Cúpula Rússia-África: O Kremlin informou que o tema Ucrânia será discutido em um almoço de trabalho entre Vladimir Putin e um grupo de chefes de Estado africanos nesta sexta (AFP/AFP)
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 28 de julho de 2023 às 07h36.

Última atualização em 28 de julho de 2023 às 07h51.

Líderes africanos devem pressionar nesta sexta-feira, 28, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a retomar o acordo de exportação de grãos ucranianos e iniciar um plano de paz para acabar com a guerra na Ucrânia. Representantes de 49 países africanos participam do segundo dia da 2ª Cúpula Rússia-Africa, que acontece em São Petersburgo.

Parcialmente isolado no cenário internacional desde a invasão militar na Ucrânia, em fevereiro de 2022, Putin conta com a parceira China e com o apoio de países africanos. Embora não critiquem abertamente a Rússia pela invasão da Ucrânia, países africanos se preocupam com asconsequências da guerra, especialmente sobre o impacto provocado nos preços dos alimentos.

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"A iniciativa africana (de paz) merece a maior atenção, não deve ser subestimada", disse o presidente da República do Congo, Denis Sassou Nguesso, a Putin e outros líderes africanos."Mais uma vez, pedimos com urgência a restauração da paz na Europa", disse.

O Kremlin informou que o tema Ucrânia será discutido em um almoço de trabalho entre Vladimir Putin e um grupo de chefes de Estado africanos nesta sexta. O presidente russo disse que respeita a proposta de paz africana e vai estudá-la "cuidadosamente". É esperado que, ao fim da cúpula, uma declaração final estabeleçaas "abordagens coordenadas para o desenvolvimento da cooperação russo-africana".

Na abertura do evento, na quinta-feira, o líder russo prometeuo envio gratuito de até 50.000 toneladas de grãos para seis países africanos."Nos próximos meses poderemos garantir remessas gratuitas de 25.000 a 50.000 toneladas de grãos para Burkina Faso, Zimbábue, Mali, Somália, República Centro-Africana e Eritreia", disse ele, em um discurso transmitido pela televisão russa.

Nos últimos anos, o Putin tenta fortalecer seus laços e influência com países da África por meio da presença do grupo paramilitar Wagner. Mas a rebelião do grupo na Rússia no final de junho levanta dúvidas sobre o futuro de sua influência no continente.

Golpe no Níger

O porta-voz de Moscou, Dmitri Peskov, informou que também será abordada a tentativa de golpe no Níger, que levou a diplomacia russa a exigir a libertação imediata do presidente Mohamed Bazoum, sequestrado por militares golpistas, que afirmam tê-lo derrubado. O Níger é o terceiro país do Sahel a sofrer um golpe desde 2020, depois do Mali e de Burkina Faso, cujos militares golpistas se aproximaram da Rússia após tomarem o poder.

A reunião de cúpula acontece um mês antes da reunião dos Brics na África do Sul. Putin, com mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional, não vai comparecer no evento.

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