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22 países europeus ainda exigem esterilização de transgêneros

Suíça, Bélgica e outras nações europeias só permitem mudança de gênero se a pessoa passar por uma esterilização. Mas essa realidade começa a mudar

LGBT: entre 1933 e 1939, mais de 400 mil pessoas foram esterilizadas à força na Alemanha (Sarah Rice/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2017 às 06h00.

Última atualização em 3 de setembro de 2017 às 06h00.

A demência nazista que culminou com o holocausto começou com algo que ficou um tanto esquecido nos livros de história: uma política de esterilização em massa.

Entre 1933 e 1939, mais de 400 mil pessoas foram esterilizadas à força na Alemanha. Qualquer um que não cumprisse os critérios de eugenia do regime de Hitler estava sujeito à pena.

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Cegueira, surdez, paralisia e lábios leporinos constavam na lista de condições que deveriam ser banidas do genoma alemão.

Isso mais tudo o que o governo considerasse como doença mental ou “portadores de comportamento antisocial” – que era como os nazistas classificavam gays, lésbicas, bissexuais e transgenêros .

Hitler está morto a 72 anos, mas alguns fantasmas daqueles tempos sombrios ainda assombram. Bélgica, Suíça, Finlândia, Grécia e outros 18 países europeus ainda têm leis de esterilização. Em todos os casos, contra um único grupo de pessoas: transsexuais.

Quem quiser trocar oficialmente de gênero nesses países, trocando o nome nos documentos, precisa provar que não pode ter filhos.

Na prática, quem nasceu com pênis e quer mudar de gênero deve mostrar que passou por uma cirurgia de mudança de sexo, e quem nasceu com vagina não pode manter os ovários.

Em abril deste ano, porém, a Justiça deu um belo passo. A Corte Europeia de Direitos Humanos decidiu a favor de três pessoas que queriam trocar o gênero impresso em suas certidões de nascimento sem passar por uma esterilização.

Isso abriu um precedente jurídico para que os cidadãos e cidadãs transgênero dos países europeus sob jurisdição da corte não sejam mais obrigados a passar por isso.

Isso não significa, porém, que todas essas nações vão mudar suas próprias leis tão cedo. A própria Suécia, que não é exatamente um país conservador, só acabou com a esterilização obrigatória de transgêneros em 2013.

Segundo a Transgender Europe, uma ONG que luta pelos direitos dos transgêneros, todos estes países seguem com a lei bizarra: Armênia, Azerbaijão, Bélgica, Bósnia, Bulgaria, República Tcheca, Finlândia, Geórgia, Grécia, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Montenegro, Romênia, Rússia, Sérvia, Eslováquia, Eslovênia, Suíca, Tuquia e Ucrânia.

Já o Brasil, ao menos nesse quesito, não está mal: o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu em maior que qualquer brasileiro ou brasileira pode mudar o gênero no RG sem ter de passar por uma cirurgia de mudança de sexo.

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