Harvey (Adrees Latif/Reuters)
AFP
Publicado em 8 de setembro de 2017 às 17h13.
Última atualização em 8 de setembro de 2017 às 17h17.
Com Harvey, Irma e José em destaque, a temporada de furacões no Atlântico Norte registrou vários recordes este ano, assim como a observação de novos fenômenos.
"O que é marcante no Irma é que foi a primeira vez que um furacão atingiu a categoria 5 antes de chegar ao mar do Caribe, mais quente" que o Atlântico, explicou Patrick Galois, do serviço de meteorologia francês Météo France.
Segundo a escala de Saffir-Simpson, uma tempestade se transforma em furacão de categoria 1 quando os ventos atingem 118 km/h, e de categoria 5 (a mais alta) quando registram no mínimo 250 km/h durante ao menos um minuto.
A intensidade das tempestades tropicais cresce conforme a temperatura da água e o nível de umidade no ar, que aumentam com as mudanças climáticas. Estas "não criam estas tempestades, mas acentuam seus impactos", explicou Anders Levermann, do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático.
Com ventos de 295 km/h durante mais de 33 horas, Irma se tornou o furacão de maior duração com tal intensidade desde que há dados sobre estes fenômenos, segundo o serviço de meteorologia francês, o Météo France.
Desse modo, Irma bateu o recorde do tufão Haiyan, que provocou ventos da mesma magnitude durante 24 horas e deixou mais de 7.000 mortos e desaparecidos em 2013 nas Filipinas.
No Caribe, os danos atribuídos ao Irma são calculados em 10 bilhões de dólares pelo Centro de Gestão de Catástrofes e de Redução de Riscos Tecnológicos de Karlsruhe, Alemanha. Esse número faz com que Irma seja o furacão mais devastador em termos de danos materiais na região.
No Texas, o Harvey ficou estacionado por algum tempo, enquanto um furacão normalmente se desloca a 25-30 km/h em média. Esta situação incomum gerou recordes de acúmulo de chuva durante um fenômeno como este nos Estados Unidos.
Segundo o Centro Nacional de Furacões americano, ao sudeste de Houston foram detectados 125,27 centímetros, ultrapassando o recorde anterior, de 121,9 cm, estabelecido durante o ciclone tropical Amelia, em 1978, em Medina (Texas).
A formação simultânea de três furacões na bacia atlântica, como aconteceu com Irma, José e Katia, é pouco frequente. A última vez tinha sido em 2010.
Além disso, José e Irma passaram à categoria 4 ao mesmo tempo. Essa simultaneidade de furacões com tal intensidade só tinha ocorrido duas vezes antes, segundo os dados disponíveis, em 1935 e 2010.