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Putin diz que EUA estão obcecados com espionagem fabricada

Putin, que disse que ele e Trump se tratam pelo primeiro nome, também elogiou o colega norte-americano pelo que classificou como suas conquistas

Putin e Trump: Não cabe a mim avaliar o trabalho do presidente. Isso precisa ser feito pelos eleitores, o povo americano" (Carlos Barria/Reuters)

Putin e Trump: Não cabe a mim avaliar o trabalho do presidente. Isso precisa ser feito pelos eleitores, o povo americano" (Carlos Barria/Reuters)

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Reuters

Publicado em 14 de dezembro de 2017 às 16h31.

Última atualização em 14 de dezembro de 2017 às 17h24.

Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que os Estados Unidos estão tomados por uma febre de espionagem fabricada instigada por opositores do presidente Donald Trump, mas que acredita que as combalidas relações entre os EUA e seu país se recuperarão um dia.

Putin, que disse que ele e Trump se tratam pelo primeiro nome, também elogiou o colega norte-americano pelo que classificou como suas conquistas.

"Não cabe a mim avaliar o trabalho do presidente. Isso precisa ser feito pelos eleitores, o povo americano", disse Putin em sua coletiva de imprensa anual em Moscou em resposta a uma pergunta.

"(Mas) estamos vendo objetivamente que houve algumas grandes conquistas, mesmo no tempo curto que ele passou trabalhando. Vejam como os mercados cresceram. Isso fala da confiança dos investidores na economia americana."

Trump tomou posse em janeiro dizendo estar disposto a consertar os laços bilaterais, que chegaram a seu pior ponto desde a Guerra Fria - mas a relação azedou ainda mais desde que autoridades de inteligência dos EUA afirmaram que a Rússia interferiu na eleição presidencial, algo que Moscou nega.

O Congresso também está investigando supostos contatos entre a equipe de campanha de Trump e autoridades russas devido a alegações de que Moscou pode ter tentado exercer uma influência indevida.

Putin minimizou estas alegações e a ideia de uma conexão russa, que qualificou como "fabricadas", e desdenhou acusações de que o embaixador russo nos EUA fez algo errado por ter tido contato com integrantes da campanha de Trump, dizendo ser uma "prática internacional" diplomatas tentarem fazer contato com todos os candidatos envolvidos em uma eleição.

"O que alguém viu de escandaloso nisso? Por que tudo tem que assumir um matiz de espiomania?", indagou Putin.

"Isso tudo é inventado por pessoas que se opõem a Trump para dar ao seu trabalho um caráter ilegítimo. As pessoas que fazem isso estão aplicando um golpe no estado da política doméstica (dos EUA)", acrescentou, dizendo que as acusações desrespeitam os eleitores norte-americanos. Moscou entendeu que o espaço que Trump tem para melhorar os laços é limitado pelo escândalo, disse Putin, mas continua empenhada em tentar aprimorar as relações.

Washington e Moscou têm muitos interesses em comum, afirmou, citando o Oriente Médio, a Coreia do Norte, o terrorismo internacional, problemas ambientais e a proliferação de armas de destruição em massa. Durante a coletiva de imprensa, Putin revelou que planeja concorrer à reeleição como candidato independente e angariar apoio de mais de um partido, um sinal de que o ex-agente do KGB pode estar determinado a fortalecer sua imagem de "pai da nação", ao invés de representante da política partidária.

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