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1 000 empregos verdes

O plano agressivo de expansão da Haztec, que atua na área ambiental, mostra o potencial de crescimento do setor

Priscila Zidan, engenheira química da Haztec, aprendeu na prática (.)

Priscila Zidan, engenheira química da Haztec, aprendeu na prática (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Fazer carreira na área ambiental está se tornando mais atraente devido ao crescimento das empresas que atuam nesse mercado. Um exemplo que ilustra o processo de expansão do segmento é o da carioca Haztec, que oferece soluções integradas para meio ambiente e segurança operacional.

Fundada em 1999, a empresa pretende recrutar mais de 1 000 profissionais em 2010. Nos últimos 24 meses, a Haztec, que é controlada pelos bancos Bradesco BBI e Santander e pelo fundo de investimentos Grupo Synthesis, comprou seis companhias que operam nos ramos de tratamento de resíduos e emissões atmosféricas, energia renovável, recursos hídricos e estudos de clima. "A lei de crimes ambientais de 1998 impulsionou o crescimento desse mercado", diz Nivando Walt, gerente comercial da central de tratamento de resíduos, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense (Rio de Janeiro). A unidade faz coleta e tratamento de resíduos sólidos.

A Haztec tem atualmente 1 300 funcionários em suas unidades no Rio de Janeiro e em São Paulo, e está com déficit de profissionais: há mais cargos a oferecer do que gente qualificada para ocupá-los. A construção de uma central de tratamento em Seropédica (Rio de Janeiro), que ainda espera a aprovação do governo fluminense, vai gerar ao menos 1 000 empregos na fase de implantação e outros 600, diretos e indiretos, na operação. "Faltam pessoas com formação adequada para trabalhar nessa atividade", diz Rosana Macedo, gerente de recursos humanos da Haztec.

A companhia tem um orçamento de 1,3 milhão de reais por ano para investir em formação de pessoal e pretende contratar até quem não tem experiência na área. "Na maioria das vezes, nós mesmos nos encarregamos de preparar o novo contratado. Damos prioridade a profissionais experientes apenas em casos muito específicos", diz Rosana. Engenheiros - ambientais, civis, químicos - e geólogos são alguns dos profissionais procurados. O salário médio de um gerente recém-contratado é de 12 000 reais. As vagas abertas geralmente são anunciadas na internet ou preenchidas por recém-formados. 


Esso, Petrobras, Usiminas, Fibria, Odebrecht e Volkswagen são algumas companhias que têm contratos com a Haztec, que faturou 400 milhões de reais em 2008. "A questão do clima hoje é imperativa para a economia.

E no Brasil ainda não tem gente em número suficiente para preencher as necessidades do mercado", diz Ricardo Voltolini, diretor da Ideia Sustentável, consultoria de responsabilidade social empresarial e sustentabilidade, de São Paulo. Há a previsão, segundo Ricardo, de criação de 740 000 empregos em áreas ligadas ao meio ambiente no país nos próximos dez anos. "As oportunidades são para engenheiros, arquitetos e administradores, pois empresas pequenas devem crescer com o uso de energias renováveis", diz o consultor.

Aprendizado na prática
A unidade da Haztec de Nova Iguaçu (RJ) - um aterro sanitário, na verdade - desenvolveu o primeiro projeto de redução de gases do efeito estufa em 2004 e serve de formação prática para quem tem estômago forte. "Quando fiz vestibular, em 1998, não havia especialização na área. Aprendi na prática, subindo e descendo morro no meio do lixo", diz a engenheira química Priscila Zidan, de 30 anos. Priscila está na empresa há seis e atualmente trabalha como gerente de sistemas de gestão integrada.

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