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Veja as ações que mais subiram e caíram em outubro

Marcado por quebras de recorde e eventos positivos para a economia, Ibovespa encerrou o mês com valorização de 2,36%

Em mês recheado de quebra de recordes, o Ibovespa fechou o período em 107.219,83 pontos, 2,36% acima de setembro (Sukanya Sitthikongsak/Getty Images)

Em mês recheado de quebra de recordes, o Ibovespa fechou o período em 107.219,83 pontos, 2,36% acima de setembro (Sukanya Sitthikongsak/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 1 de novembro de 2019 às 08h00.

Última atualização em 1 de novembro de 2019 às 09h18.

Outubro foi marcado por euforia no mercado financeiro. Em mês recheado de quebra de recordes, o Ibovespa fechou o período em 107.219,83 pontos, 2,36% acima de setembro. Já o dólar encerrou o mês com desvalorização de 3,5%, o que ajudou a impulsionar as ações de empresas que dependem da moeda americana para efetuar pagamentos. Entre os fatores que colaboraram para o bom desempenho do índice estão a aprovação da reforma da Previdência e avanços nas negociações entre Estados Unidos e China.

Havia forte expectativa sobre o firmamento de um acordo comercial preliminar na cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, que seria realizada em novembro, na capital chilena. No entanto, autoridades chinesas já demonstraram dúvida sobre a possibilidade de um acordo de longo prazo e o presidente do Chile, Sebastián Piñera, cancelou o evento devido à onda de protestos no país.

Maiores Altas

Os últimos eventos ajudaram a pressionar índices acionários para baixo, mas foram não foram suficientes para anular as valorizações de outubro. No mês, as ações da Magazine Luiza subiram 20,52% e lideraram as altas do Ibovespa. Parte da valorização da varejista se deu após a divulgação do resultado do terceiro trimestre. No período, a empresa conseguiu dobrar as vendas em plataformas digital e o segmento já representa 48% das vendas totais.

A ação da Raia Drogasil chega ao fim de outubro sendo negociada a 110 reais - preço mais alto desde que a empresa foi listada na Bolsa. Isso só foi possível devido à valorização de 14,81% obtida no mês. Embora a empresa tenha apresentado lucro líquido de 459,3 milhões no terceiro trimestre – 260% superior ao do mesmo período de 2018-, a maior valorização dos papéis da Drogasil ocorreu após a companhia anunciar a abertura de 240 novos estabelecimentos para 2020.

Com parte significativa das despesas de companhias aéreas é em dólar, a queda do preço da moeda americana ajudou as ações da Gol a se valorizarem 13,31% na Bolsa. Nesta quinta-feira (31), porém, a empresa anunciou que espera voltar a utilizar a aeronave Boeing 737 Max, envolvida em dois acidentes no ano passado, o que fez com que suas ações recuassem mais de 5,79% no último pregão do mês. As ações da Azul subiram 5,85% em outubro.

A Sabesp voltou a a ter bom desempenho na bolsa e, em outubro, suas ações se valorizaram 10,26%. Parte do movimento se deu após o projeto de lei que altera o marco do saneamento básico ter sido aprovada em comissão especial na Câmara dos Deputados. Caso aprovado, o texto abre a possibilidade de a companhia ser privatizada.

Em movimento de recuperação, as ações do BTG se valorizaram 11,36% no mês. Em agosto, o papel perdeu 30% do valor em dois dias de pregão, após o banco ter seu nome envolvido em delações no ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci. Desde então, a companhia já se valorizou 39,82% na Bolsa e está próxima de voltar à maior cotação da história do ativo, atingido pouco antes da queda de agosto.

EmpresaTrikerDesempenho no mês (%)Desempenho no ano (%)
Magazine LuizaMGLU320,5298,73
Raia DrogasilRADL314,8194,36
QualicorpQUAL314,35184,05
GolGOLL413,3145,82
CyrelaCYRE311,9879,96
BTG PactualBPAC1111,36189,93
B3B3SA10,8983,98
Intermédica NotreDameGNDI310,6107,29
PetrobrasPETR410,3135,31
SabespSBSP310,2673,62

Maiores baixas

Após sucessivas altas mensais, as ações da JBS recuaram 13,72% em outubro. O movimento de queda mais acentuado ocorreu no início do mês, próximo de quando os senadores dos Estados Unidos pediram a abertura de uma investigação para apurar se a o frigorífico usou dinheiro de corrupção para adquirir empresas americanas.

Do ramo de educação, a Kroton mudou seu nome para Cogna e reestruturou suas atividades no início de outubro. A medida, no entanto, não agradou os investidores, o que fez a empresa perder 1 bilhão de reais em valor de mercado em poucos dias. Mas não foi só isso. A relação da companhia com seus investidores voltou a azedar na última semana, quando as vendas de livros para o governo federal ficaram abaixo do esperado.

A terceira pior queda de outubro ficou a cargo da Braskem. Este é sétimo mês em que a empresa fecha em baixa. A petroquímica vem tendo um ano difícil. Além  de lucros menores, a empresa vem enfrentando está enfrentando  ações judiciais referentes à operação de extração de sal-gema em Maceió, que podem custar 30 bilhões de reais em indenização. No mês, o papel da Braskem caiu 12,41%.

EmpresaTrikerDesempenho no mês (%)Desempenho no ano (%)
JBSJBSS3-13,72144,12
CognaCOGN3-13,5110,28
BraskemBRKM3-12,41-39,88
CSNCSNA3-10,8143,02
AmbevABEV3-9,7113
CVCCVCB3-8,27-16,23
NaturaNATU3-7,9739,43
BRFBRF3-7,0461,92
UsiminasUSIM5-7,04-19,92
RamoRAIL3-6,9434,12

 

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