Antes da abertura da bolsa, os investidores saberão qual foi o tamanho do estrago que a covid-19 fez nas finanças da Azul (NurPhoto / Contributor/Getty Images)
Denyse Godoy
Publicado em 13 de agosto de 2020 às 06h36.
Última atualização em 13 de agosto de 2020 às 06h38.
Esta quinta-feira, 13, vai ser o dia com o maior número de divulgações de balanços de um trimestre que o mercado financeiro quer esquecer: 51 empresas apresentarão seus resultados referentes ao período de abril a junho, em que a quarentena por causa da pandemia do novo coronavírus teve seu auge no país.
Antes da abertura da bolsa brasileira B3, às 10h (horário de Brasília), os investidores saberão qual foi o tamanho do estrago que a covid-19 fez nas finanças da Azul e poderão analisar se a companhia aérea consegue sobreviver sem se fundir a uma concorrente. Pelo consenso do mercado, as receitas da Azul devem ter caído 88% no período de abril a junho ante igual intervalo de 2019, a 456 milhões de reais, enquanto o lucro de 345 milhões de reais de um ano atrás deve ter se tornado um prejuízo de 764 milhões de reais.
Após o encerramento do pregão, é a vez de a própria B3 contar como a massiva entrada de novos investidores no mercado de ações brasileiro nos últimos meses se traduziu em ganhos para a bolsa. Enquanto cerca de 10.000 pessoas físicas começavam a aplicar em papeis de empresas de capital aberto todo dia útil do segundo trimestre, a B3 deve ter registrado uma alta de 36% nas receitas, para 1,93 bilhão de reais, e de 46% no lucro, para 959 milhões de reais, segundo estimativas do banco de investimentos BTG Pactual (dos mesmos sócios da EXAME).
No caso da Natura, que também informa seus resultados depois do fechamento, o mercado quer saber se o isolamento social fez os consumidores comprar mais ou menos sabonete, xampu e maquiagem. Apesar dos apelos das autoridades de saúde para a população aumentar a higiene pessoal para prevenir a contaminação pelo coronavírus, muita gente deixou a vaidade do lado de fora de casa. A estimativa de consenso é de um crescimento de 91% no faturamento da Natura, para 7,28 bilhões de reais, e de quase triplicação do lucro, para 154 milhões de reais.
O balanço da operadora de saúde Hapvida deve mostrar um aumento da procura por planos médicos, mas com preços menores devido à crise, combinado à redução do número de consultas e cirurgias não urgentes. O mercado projeta um crescimento de 57% nas receitas no segundo trimestre de 2020 contra o mesmo período de 2019, para 2,1 bilhão de reais, e uma queda de 59% no lucro, para 92 milhões de reais.
Entre 38 de 71 empresas que fazem parte do Ibovespa e haviam divulgado seus balanços até ontem, duas tiveram receitas abaixo da projeção média de mercado, e 23, lucros abaixo da estimativa, de acordo com dados compilados pela agência de informações financeiras Bloomberg.