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Sai o Irã, entra a China: otimismo renovado nas bolsas

Dados positivos de exportação chinesa e possibilidade de assinatura de acordo comercial devem pesar nas mesas de negociação nesta terça-feira

Porto na China: exportações avançaram 0,5% em 2019, após alta de 10% em 2018 (China Stringer Network/Reuters)

Porto na China: exportações avançaram 0,5% em 2019, após alta de 10% em 2018 (China Stringer Network/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2020 às 06h51.

Última atualização em 14 de janeiro de 2020 às 07h23.

São Paulo — Os investidores esqueceram definitivamente a crise entre Irã e Estados Unidos? Os dois países mantêm ameaças mútuas, os americanos seguem ampliando as sanções sobre os persas, e as ruas de Teerã seguem com focos de protestos contra o governo.

Além disso, o governo canadense estuda ações para pressionar os dois países após um avião com 57 canadenses ter sido abatido pela bateria anti-aérea iraniana.

Mas esses temas passaram a segundo plano nas bolsas globais esta semana. Após seis dias de quedas, a bolsa brasileria avançou 1,58% ontem, para 117.325 pontos, recuperando em boa parte a queda acumulada de 1,87% da semana passada. Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones e S&P 500 também subiram ontem, para novas máximas históricas — o Dow Jones, 0,29%; o S&P 500, 0,70%.

Os negócios são impulsionados com a perspectiva de assinatura da “fase 1” do acordo comercial entre China e Estados Unidos, prevista para esta quarta-feira.

Uma equipe de negociadores chineses, chefiada pelo vice-premiê Liu He, chegou ontem a Washington. A combinação de distenção das tensões com o otimismo comercial fizeram o índice do medo, o Vix, cair de 15 pontos na semana passada para 12 pontos nesta terça-feira.

Outra boa notícia vinda da China pode ajudar a impulsionar as bolsas hoje. As exportações do país subiram em dezembro pela primeira vez em cinco meses, sinalizando, segundo analistas, uma tímida retomada após um 2019 duro.

As exportações subiram 7,6% em dezembro em relação ao mesmo período do ano passado, muito acima da expecativa de 3,2% colhida pela agência Reuters. Em novembro, as vendas chinesas ao exterior haviam recuado 1,3%.

As importações também subiram, 16,3%, impulsionadas sobretudo pelo aumento no preço de produtos como a carne. O aumento na demanda chinesa, fruto de uma doença que se alastrou por seu rebanho suíno, ajudou, como se sabe a impulsionar a inflação brasileira em 2019 — o número final, de 4,3%, ficou acima do centro da meta fixada pelo Banco Central.

As boas notícias no curto prazo não escondem um cenário ainda desafiador para a China e para o comércio global em 2020.

As exportações do país haviam crescido 10% em 2018, mas avançaram apenas 0,5% em 2019, impactadas sobretudo por menores compras dos Estados Unidos. A assinatura de um primeiro acordo entre Donald Trump e Xi Jinping, neste contexto, apenas tiram da sala um elefante que não estava lá até 2018.

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