Mercados

Bolha: queda do bitcoin se aproxima do nível das pontocom

A ascensão meteórica do bitcoin no ano passado fez com que muitos observadores a considerassem uma das maiores febres especulativas da história

Bitcoin: moeda acumula queda de 70% no ano (Dado Ruvic/Illustration/Reuters)

Bitcoin: moeda acumula queda de 70% no ano (Dado Ruvic/Illustration/Reuters)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 29 de junho de 2018 às 16h20.

Última atualização em 29 de junho de 2018 às 16h24.

(Bloomberg) -- A ascensão meteórica do bitcoin no ano passado fez com que muitos observadores a considerassem uma das maiores febres especulativas da história. A queda da criptomoeda em 2018 pode ajudar a consolidar seu lugar nos livros de recordes de bolhas financeiras.

Com uma queda de 70% em relação ao pico de dezembro, depois de cair pelo quarto dia consecutivo nesta sexta-feira, o bitcoin está cada vez mais perto da forte queda de 78% do Nasdaq Composite Index quando a bolha das pontocom nos EUA estourou. Centenas de outras moedas virtuais caíram praticamente a zero -- e seguiram o mesmo caminho que a Pets.com e outras aberturas de capital que despontaram no começo da década de 2000.

Embora o bitcoin já tenha se recuperado de perdas maiores, não está nada claro que ele seja capaz de repetir a façanha agora que grande parte do mundo sabe sobre criptomoedas e já decidiu se investir ou não.

Os otimistas apontam para uma eventual recuperação do Nasdaq e dizem que os investidores institucionais representam um conjunto enorme de possíveis compradores de criptomoedas, mas até agora as preocupações com a regulação e a segurança têm mantido a maioria dos grandes gestores de recursos afastada.

“Seria preciso uma reversão do mercado para ver” um grande interesse das instituições, disse Peter Smith, CEO da Blockchain, que apresentou uma plataforma de trading de criptomoedas para investidores profissionais na quinta-feira, em entrevista à Bloomberg Television.

Queda

O bitcoin chegou a cair 4,2%, para US$ 5.791 nesta sexta-feira, o patamar mais baixo desde novembro, de acordo com os preços compostos da Bloomberg. A moeda era cotada a US$ 5.878 às 10h33 em Nova York, uma queda de 59 por cento no ano, e estava prestes a registrar uma perda de 14 por cento no segundo semestre.

Outras moedas, entre elas o Ether o Litecoin, caíram mais, e o valor combinado dos tokens monitorados pela CoinMarketCap.com caiu para US$ 236 bilhões. No auge da criptomania, eles valiam cerca de US$ 830 bilhões.

Embora tenha sido difícil encontrar novos catalisadores para a queda do bitcoin na sexta-feira, os ataques de hackers a duas bolsas da Coreia do Sul e medidas repressivas dos reguladores no Japão afetaram a confiança nas últimas semanas. Os órgãos reguladores do mundo inteiro intensificaram o escrutínio sobre as criptomoedas, preocupando-se com o fato de que elas são um terreno fértil para atividades ilícitas, entre elas lavagem de dinheiro, manipulação do mercado e fraude.

O bitcoin pode chegar ou não a zero, mas é uma “grande” bolha, disse Robert Shiller, Prêmio Nobel de Economia cujas advertências sobre a febre das pontocom foram corretas, em entrevista a Tom Keene, da Bloomberg Television, na terça-feira. O aumento do bitcoin no ano passado “não foi uma resposta racional”, disse ele.

Acompanhe tudo sobre:BitcoinBolha acionáriaCriptomoedasMoedas

Mais de Mercados

Amil e Dasa recebem aval do Cade para criarem rede de hospitais e clínicas

Fundador do Telegram anuncia lucro líquido pela primeira vez em 2024

Banco Central fará leilão à vista de até US$ 3 bi na quinta-feira

Marcopolo avança na eletrificação com aquisição de participação em empresa chilena