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Ibovespa recua mais de 1% afetado por piora em Wall Street

Índice de referência do mercado acionário brasileiro caiu 1,33%, a 88.624,45 pontos

Ibovespa: negócios foram pressionados por preocupações com o crescimento econômico e ceticismo quanto a um desfecho rápido para o embate comercial entre EUA e China (Paulo Whitaker/Reuters)

Ibovespa: negócios foram pressionados por preocupações com o crescimento econômico e ceticismo quanto a um desfecho rápido para o embate comercial entre EUA e China (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 18h36.

Última atualização em 4 de dezembro de 2018 às 18h53.

São Paulo - A bolsa paulista fechou com o Ibovespa em queda de mais de 1 por cento nesta terça-feira, sucumbindo ao forte recuo nos pregões norte-americanos, onde os negócios foram pressionados por preocupações com o crescimento econômico e ceticismo quanto a um desfecho rápido para o embate comercial entre EUA e China.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,33 por cento, a 88.624,45 pontos. Mais cedo, no melhor momento, chegou a trabalhar acima dos 90 mil pontos. O volume financeiro somou 15,247 bilhões de reais.

Profissionais da área de renda variável citaram que o mercado brasileiro foi contaminado pelo aumento de aversão a risco no exterior. "O cenário externo piorou muito rápido e o mercado no Brasil não aguentou", disse um dos operadores ouvidos pela Reuters.

Em Wall Street, o S&P 500 recuava quase 3 por cento e o Dow Jones perdia 2,7 por cento no final do pregão, com o movimento de queda em rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, principalmente nos prazos maiores, sendo interpretado como sinal de alerta de desaceleração econômica. "Mudanças nas expectativas de juros de longo prazo (Treasuries) deixaram investidores novamente na defensiva quanto ao crescimento da economia norte-americana", destacou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, acrescentando que na quarta-feira não haverá negociação nos pregões em Nova York.

A repercussão positiva da trégua de 90 dias acordada entre EUA e China para adoção de novas tarifas também teve vida curta, com a ausência de detalhes mantendo agentes de mercado receosos e se questionando se Washington e Pequim serão capazes de chegar a um acordo no prazo estipulado no último fim de semana.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta terça-feira que não se oporia a uma prorrogação do prazo e que se um acordo comercial com a China for possível ele será feito, mas disse que se ambos os lados não resolverem as disputas, ele recorrerá a tarifas. "Eu sou um homem tarifa", disse no Twitter.

Na cena local, Chinchila chamou a atenção para a não votação do projeto da cessão onerosa como fator negativo, bem como a sinalização do líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), de que ainda se discute sobre os repasses de recursos obtidos com um eventual leilão do petróleo excedente da área no pré-sal.

Dados da B3 nesta terça-feira também mostraram saídas líquidas de estrangeiros de mais de 500 mil reais do segmento Bovespa no último pregão de novembro, com o mês encerrando com saldo negativo de 3,6 bilhões de reais e o ano alcançando um resultado negativo de 9,5 bilhões de reais.

Destaques

- VALE caiu 2,27 por cento, afetada pelas preocupações relacionadas à questão comercial envolvendo EUA e China, em sessão marcada por evento da mineradora com analistas e investidores. A equipe do Bradesco BBI reiterou a recomendação 'outperform' para as ações após o evento, afirmando que a trajetória de geração de valor da empresa está longe do fim.

- PETROBRAS PN recuou 2,31 por cento, diante da ausência de avanços nas negociações para a votação do projeto que trata da cessão onerosa, além do enfraquecimento dos preços do petróleo no mercado internacional.

- SUZANO cedeu 4,69 por cento, com a piora do humor externo abrindo espaço para realização de lucros nas ações da fabricante de papel e celulose após subirem quase 13 por cento nos últimos três pregões.

- CCR fechou em baixa de 4,65 por cento, no segundo pregão no vermelho, após subir 13,65 por cento na semana passada, enquanto a rival ECORODOVIAS cedeu 1,27 por cento. Em nota a clientes, a equipe do Credit Suisse afirmou que faz mais sentido estar posicionado em Ecorodovias.

- MAGAZINE LUIZA subiu 1,65 por cento, experimentando uma recuperação, após recuar mais de 5 por cento. No ano, porém, as ações acumulam alta de 100 por cento. Ainda no setor, VIA VAREJO valorizou-se 0,59 por cento e B2W encerrou com acréscimo de 0,28 por cento.

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