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Ibovespa recua 0,53% com ajuste e vitória de Temer na Câmara

Embora a permanência de Temer no cargo seja bem recebida, ainda há alguma cautela também diante do placar da votação

B3: "Vamos ter período de alívio. Mas não podemos esquecer que em breve deve vir outra denúncia do Janot" (Arthur Nobre/Divulgação)

B3: "Vamos ter período de alívio. Mas não podemos esquecer que em breve deve vir outra denúncia do Janot" (Arthur Nobre/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 3 de agosto de 2017 às 18h17.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em baixa nesta quinta-feira, com os ganhos recentes, que levaram o índice de volta aos 67 mil pontos, abrindo espaço para ajustes e após a Câmara dos Deputados barrar a denúncia contra o presidente Michel Temer.

O Ibovespa fechou em queda de 0,53 por cento, a 66.777 pontos, após fechar no azul nos cinco pregões anteriores, acumulando alta de 3,27 por cento no período. O giro financeiro nesta sessão somou 6,9 bilhões de reais.

Com a decisão da Câmara dos Deputados na véspera, o Supremo Tribunal Federal (STF) fica impedido de julgar a acusação criminal apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Temer até ele deixar o cargo.

"Vamos ter período de alívio. Mas não podemos esquecer que em breve deve vir outra denúncia do Janot e isso pode voltar a colocar a política no centro das atenções", disse o economista da corretora Guide Investimentos Ignacio Crespo Rey, acrescentando que ainda não vê motivos para mudança de patamar do Ibovespa.

Embora a permanência de Temer no cargo seja bem recebida diante a perspectiva de que o governo poderá avançar em sua agenda econômica, ainda há alguma cautela também diante do placar da votação. Foram 263 votos contra a autorização para STF julgar a denúncia, enquanto os favoráveis à investigação somaram 227 votos. Houve duas abstenções e 19 ausências.

O placar, segundo analistas da corretora Coinvalores "denota o enfraquecimento do governo e não garante, de forma alguma, vitória da reforma da Previdência na Câmara". A equipe destacou ainda como fator de cautela o custo decorrente da votação.

Destaques

- ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES ON cedeu 5,38 por cento, pior desempenho do Ibovespa, mantendo o processo de ajuste e acumulando queda de 9,56 por cento em três sessões, após subir 21,14 por cento nos três pregões anteriores.

- CIELO ON recuou 3,11 por cento, engatando o terceiro pregão no vermelho e acumulando perda de 8,16 por cento no período, na esteira do resultado de segundo trimestre. Apenas na véspera, a ação caiu mais de 5 por cento.

- PETROBRAS PN recuou 1,48 por cento e PETROBRAS ON cedeu 1,5 por cento, com os preços do petróleo firmando-se no vermelho durante a tarde e após alta de quase 3 por cento dos papéis preferenciais na véspera.

- VALE PNA caiu 1,04 por cento e VALE ON teve baixa de 1,38 por cento, na contramão dos contratos futuros do minério de ferro na China nesta sessão.

- SUZANO PAPEL E CELULOSE PNA caiu 0,9 por cento, em movimento de ajuste após subir mais de 11 por cento nos dois pregões anteriores. Também no radar estava o resultado do segundo trimestre da empresa, que mostrou queda de 79,2 por cento no lucro, mas com números operacionais fortes que foram bem recebidos por analistas.

- ELETROBRAS PNB avançou 4,24 por cento e ELETROBRAS ON ganhou 2,98 por cento, liderando a ponta positiva do índice. Os papéis da empresa têm mostrado volatilidade em meio ao noticiário intenso, que inclui o plano do governo de reforma do setor elétrico, anunciado no início de julho, além do programa de reestruturação da estatal que busca sair de uma enorme crise financeira.

- BRF ON subiu 2,79 por cento, entre as maiores altas do Ibovespa. No radar estava a renúncia ao cargo do diretor vice-presidente da companhia, José Roberto Pernomian Rodrigues, na esteira da decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região em processo criminal envolvendo o executivo.

- CESP PNB, que não faz parte do Ibovespa, avançou 1,93 por cento, após a divulgação de edital de privatização da elétrica paulista, que prevê um preço de 16,80 reais por ação para a venda do bloco de controle da companhia pelo governo do Estado de São Paulo, o que pode movimentar cerca de 1,95 bilhão de reais na licitação, prevista para acontecer em 26 de setembro.

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