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Ibovespa cai e volta a fechar abaixo dos 100 mil pontos após um mês

Baixa ocorre em meio a pessimismo sobre possível acordo comercial entre China e Estados Unidos

Bolsa cai abaixo dos 100 mil pontos pela primeira vez depois de 3 de setembro (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Bolsa cai abaixo dos 100 mil pontos pela primeira vez depois de 3 de setembro (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 8 de outubro de 2019 às 17h34.

Última atualização em 8 de outubro de 2019 às 18h37.

Após perdas de quase 2% na segunda-feira (7), o Ibovespa voltou a cair nesta terça-feira (8) e fechou em baixa de 0,59%, a a 99.981,4 pontos. É a primeira vez que o índice fecha abaixo dos 100 mil pontos desde 3 de setembro. Ao longo da sessão, a Bolsa ficou por vezes no azul, mesmo com os índices acionários dos Estados Unidos operando no vermelho pela maior parte do dia. Mas, por volta das 16h, o movimento de queda ganhou força alinhado com o mercado americano.

Os "ânimos a flor da pele" pode desencadear movimento de baixa, na visão do economista-chefe da Necton, André Perfeito. "As quedas nos últimos dois dias levou o Ibovespa a um ponto importante: se rompido o patamar de 99.700 não há nada que "segure" o índice até os 96.400. Este ponto é graficamente importante porque atinge também a linha de tendência de alta que está sendo respeitada desde 2016", escreveu Perfeito em boletim a clientes.

A baixa, seguida por bolsas globais, ocorre em meio ao pessimismo sobre um possível acordo comercial entre China e Estados Unidos. Representantes dos dois países devem iniciar as conversas para discutir o assunto nesta quinta-feira (10). No entanto, o diário chinês South China Morning Post adiantou, hoje, que a China já reduziu a expectativa sobre uma a reunião e que sua delegação não deve permanecer até o dia planejado.

Na Bolsa, as ações da Kroton caíram mais 3,70%. O papel já havia se desvalorizado 6,5% na segunda-feira (7), quando a empresa anunciou a divisão do grupo em quatro empresas. De acordo com analistas, o mercado teria ficado receoso sobre um possível conflito de interesse na atuação de um dos novos braços da empresa, a Vasta, que vai oferecer serviços de gestão para escolas e material didático.

“Ficou a dúvida se eles poderiam oferecer produtos para empresas do mesmo grupo e para concorrentes”, disse o analista de ações da Levante Investimentos Eduardo Guimarães.

A ação que liderou as quedas do Ibovespa foram as da CSN, que recuaram 4,31%. No setor, a Vale caiu 1,6% e pressionou a baixa da Bolsa.

Também com grande participação na carteira do índice, as ações dos principais bancos do país fecharam em queda, com exceção dos papeis ordinários do Bradesco, que subiram 0,41%. Ontem (7), o banco surpreendeu o mercado ao anunciar dividendos extraordinários de 8 bilhões de reais, mas suas ações preferenciais, que dão direito ao benefício, não se valorizaram até então.

Em dia de mal desempenho no mercado de ações, os papeis do banco BTG (BPAC11) subiram 1,98% e figuraram entre as maiores altas da sessão. É a primeira vez do mês que o ativo se valoriza. A ação acumula perda de 11,84% no período.

Entre os frigoríficos, a única alta foi a das ações da BRF, que avançaram 1,28%. Na semana passada, a empresa teve seu nome envolvido na nova fase da Operação Carne e suas ações caíram 3,41%. JBS, Marfrig e Minerva fecharam em queda de 1,38%, 3,12% e 1,61%, respectivamente.

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