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Estouro da bolha ou correção? Ibovespa reabre após tombo em NY

O índice Dow Jones recuou 6,9% ontem com dados ruins na economia e novas ondas de contágio. Especialista indica recuo de 5% a 6% na B3 hoje

Mercado Financeiro: índice S&P 500 caiu 5,89% e o Dow Jones recuou 6,90% nesta quinta (11) (Brendan McDermid/Reuters)

Mercado Financeiro: índice S&P 500 caiu 5,89% e o Dow Jones recuou 6,90% nesta quinta (11) (Brendan McDermid/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 12 de junho de 2020 às 06h44.

Última atualização em 12 de junho de 2020 às 08h40.

A bolsa brasileira, a B3, volta do feriado nesta sexta-feira num dia que deve ser de fortes emoções. Enquanto o pregão esteve fechado, ontem, as bolsas americanas tiveram as maiores quedas desde março. O índice S&P 500 caiu 5,89% e o Dow Jones recuou 6,90%. É o prenúncio de que a euforia das últimas semanas passou, ou é apenas a realização de lucros de curto prazo?

A resposta será dada nas próximas semanas, mas analistas são praticamente unânimes em afirmar que a volatilidade deve dar o tom nos próximos dias. Depois de Dow Jones recuar 1.861 pontos ontem, seus índices futuros abriram a sexta-feira com mais de 600 pontos de alta. Na Ásia, os principais índices fecharam em leve queda -- Hong Kong caiu 0,73% e Tóquio, 0,75%. É prenúncio de que as negociações devem abrir o dia em alta nos Estados Unidos, mas não é indicativo de nada no longo prazo.

Andrew Slimmon, analista do banco Morgan Stanley, afirmou ao site CNBC que, dada a magnitude do rali recente (a alta acumulada em alguns dos principais índices globais, como o Ibovespa, é de 50% desde março), seria um choque se houvesse apenas um dia de correção. Os eventos que levaram à queda brusca de ontem continuarão por semanas -- são uma combinação de novas ondas de contágio do coronavírus com dados ruins sobre a recuperação da economia.

Nesta sexta-feira o Reino Unido anunciou que a economia recuou 20,4% em abril, a maior queda na história e acima dos 18,4% previstos pela agência Reuters. Ontem, o banco central americano projetou uma queda de 6,5% no PIB do país. No Brasil, a OCDE, o clube dos países desenvolvidos, previu um recuo de até 9,1% em 2020 em caso de uma segunda onda de contágio. O país anunciou ontem 1.239 mortes, em linha com os últimos dias, e ainda assim grandes cidades, como Rio e São Paulo, iniciaram uma caótica reabertura do comércio.

Com tudo isso no radar, o que esperar do Ibovespa nesta sexta-feira? Na quarta, o índice recuou 2,13%, para 94.685 pontos. Ontem, o Dow Jones Brazil Titans, que reúne ADRs de 20 empresas brasileiras, recuou 8,71%. "Os riscos estavam todos na mesa com a disparidade da bolsa com a economia real", diz Bruno Lima, especialista em ações da Exame Research. “Os papéis que subiram muito nas últimas semanas no Brasil devem devolver os ganhos, em um movimento de reversão. É possível que o Ibovespa caia de 5% a 6% nesta sexta-feira e o dólar suba 2% a 3% contra o real”.

Todos estarão mais atentos que nunca a partir das 10h.

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