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Dólar sobe e vai a R$3,55, maior nível em quase 2 anos

A alta é resultado da grande expectativa pelo desfecho do encontro de política monetária do BC dos EUA, que pode afetar o fluxo de recursos global

Dólar: Às 11:51, o dólar avançava 1,22 por cento, a 3,5503 reais na venda, depois de acumular alta de 6,16 por cento em abril (Ian Waldie/Reuters)

Dólar: Às 11:51, o dólar avançava 1,22 por cento, a 3,5503 reais na venda, depois de acumular alta de 6,16 por cento em abril (Ian Waldie/Reuters)

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Reuters

Publicado em 2 de maio de 2018 às 13h04.

São Paulo - O dólar ampliou a alta e chegou ao patamar de 3,55 reais, o maior em quase dois anos, acompanhando o cenário externo em dia de expectativa pelo desfecho do encontro de política monetária do banco central dos Estados Unidos e que pode afetar o fluxo de recursos global.

Às 11:51, o dólar avançava 1,22 por cento, a 3,5503 reais na venda, depois de acumular alta de 6,16 por cento em abril, maior valorização mensal em quase um ano e meio.

Na máxima desta sessão, a moeda norte-americana foi a 3,5544 reais, maior nível intradia desde junho de 2016. O dólar futuro tinha alta de cerca de 1,20 por cento.

O Federal Reserve, banco central norte-americano, deve manter a taxa de juros nesta tarde, mas provavelmente incentivará ainda mais as expectativas de que elevará os custos dos empréstimos em junho, devido à aceleração da inflação e ao desemprego baixo.

De acordo com a corretora H.Commcor, qualquer indicação otimista do Fed além do que já é considerado sobre a atividade pode levar o mercado a "uma sensação 'hawkish' em termos de política monetária, seja para eventual guinada para um total de quatro altas de juros no ano, seja para uma condução mais agressiva no próximo ano".

O Fed aumentou sua taxa básica de juros na reunião de 20 e 21 de março em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 1,50 e 1,75 por cento. Atualmente, o banco central prevê outros dois aumentos dos juros este ano, embora número crescente de autoridades veja três altas como uma possibilidade.

Mais juros nos Estados Unidos pode afetar o fluxo global de recursos, tirando dinheiro de praças como a brasileira e encarecendo o dólar ante o real.

"Tudo gira em torno da decisão do Fed", afirmou o operador da Spinelli Corretora José Carlos Amado.

No exterior, o dólar atingiu a máxima desde 29 de dezembro, a 92,655, ante uma cesta de moedas, e firmou alta ante praticamente todas as moedas emergentes, com destaque para a lira turca.

Internamente, os investidores também seguiam de olho no cenário político, a poucos meses das eleições presidenciais envoltas em grandes incertezas.

Apesar da alta do dólar a 3,55 reais, o Banco Central brasileiro ainda não anunciou intervenção no mercado de câmbio, por enquanto. Segundo profissionais, a expectativa era de que o BC role integralmente o vencimento de junho de swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro. O volume total é de 5,650 bilhões de dólares.

Vencem ainda na quinta-feira 2 bilhões de dólares em leilão de linha, que é a venda de dólares com compromisso de recompra.

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